sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Passepartout

Entre o limite da “Arte Prática” e da Transgressão

Miria Lima e Pedro de Paula


Hoje à noite coloquei, mais uma vez, minhas mãos contra a matéria – o muro.


Realizei outra “ofensiva selvagem”... Como norma, operava o labor plástico grafitado.

O vazado, a sutura e o corte da pele, revelam a ação contra a “ordem estabelecida”. Descobri que o contato com a superfície mural é limite e que o desejo de liberdade gera o ato de descolar o que ela reproduz, sem interferência. Percebi que a cidade é um sampler de grafites articulados em um mesmo som. Lembrei que o muro pode também desmoronar, ao mesmo tempo que é suscetível de receber modificações infinitas, fazendo emergir dali suas próprias expressões. Tento compreender suas imagens grafitadas...

Willyams Martins

_ Os cartazes colados nos muros onde antes só havia tinta spray são bem claros: “Williams Martins, Ladrão de Grafitti: o artista plástico Williams Martins, em um ato de extremo egoísmo para com a população, arranca das ruas trabalhos de arte feitos pelos outros, privatiza a obra e assina embaixo”. Completam a mensagem um cifrão ($) em letras garrafais, o link para se interar com a questão - www.artistapratico.blogspot.com - e um aviso para o artista: “se não tem talento, não f... com quem tem!”.

_ A causa de tanta polêmica foi “Peles Grafitadas”, trabalho do artista plástico Williams Martins desenvolvido durante o mestrado em Artes Visuais na Escolas de Belas Artes da Ufba. Ganhador do prêmio Braskem Cultura e Arte 2006 e do Salão de Arte em Juazeiro, “Peles Grafitadas” aconteceu em Juazeiro, Valença, Alagoinhas e Salvador, com fragmentos de grafites de cada uma das cidades. A obra de Williams despertou a ira de alguns grafiteiros baianos e provocou discussões sobre direitos autorais, utilização dos espaços público e privado, arte de galeria versus arte de rua e até sobre o próprio caráter do movimento grafite, ou grafitti, como grafam seus integrantes.

_ O trabalho de Williams consiste em “deslocar vestígios, depoimentos, signos colocados no espaço público por anônimos e trazer para o outro contexto”, explica Roaleno Costa, orientador de Williams e diretor da Escola de Belas Artes da UFBA. O artista construiu o que chama de “Poética do Deslocamento”: seleciona uma imagem pelos muros da cidade e prega um tecido de nylon com resina de poliéster na parede onde a imagem se encontra. Depois de colocado e seco, retira essa imagem cuidadosamente com espátulas e martelos para que a pele da tinta seja retirada da parede junto com o tecido. Aí basta enquadrar e colocar dentro da galeria.

_ Apesar de “Peles Grafitadas” ter acontecido durante o ano de 2006, apenas em setembro de 2007 os protestos dos grafiteiros vieram à tona, principalmente através do blog “Artista Prático” - www.artistapratico.blogspot.com. Lá, além de ameaças pessoais e fotos de trabalhos “roubados” por Williams, encontram-se supostas correções ao conteúdo veiculado pela mídia sobre o assunto e reflexões dos blogueiros: “Ao arrancar a obra da parede, você esta matando a arte, pois que saibam os leigos: arte urbana vai além de uma mera pintura na parede, sua composição é conseguida através do local em que ela se encontra, interagindo com elementos urbanos. Mas parece que nem Roaleno Costa, nem Williams Martins tenham a mínima idéia disto”.

_ Nenhum dos grafiteiros entrevistados pela Lupa soube identificar o autor do blog, que, desde setembro de 2007 até o fechamento desta matéria, não é atualizado. Houve até quem dissesse que foi criado por artistas vinculados ao grupo de grafiteiros zeroseteumcrew, mas estes negaram a autoria quando procurados para falar sobre o caso. Outros grafiteiros chegaram a promover formas diferentes de protesto, como o da madrugada do dia 14 setembro, em que, com a ajuda de músicos e simpatizantes, se reuniram na Praça do Campo Grande para uma passeata.

“Cadê o respeito do artista pelo outro?”

_ José Nildo Silva Mendes, 28 anos, o Lee27, grafiteiro há mais de 14 anos, teve um braço de Exu arrancado de um trabalho seu. Ao se deparar com o fragmento de seu grafite no folder da exposição de “Peles Grafitadas”, sentiu-se desrespeitado. “Quando alguém se apropria de algo que não lhe pertence, isso é grave! Já pensou se todo grafiteiro se apropriasse de um trabalho de Bel Borba ou Tatau que tivesse na rua? Onde estaria o respeito do artista pelo outro artista?” Ele afirmou gastar, em média, 500 reais em cada painel, e nem sempre obtém retorno financeiro, já que muitas de suas obras estão expostas gratuitamente pelas ruas da cidade. “Tento sobreviver do grafite: viajar, participar de encontros, palestras, workshops, mas é difícil”, afirma Lee27.

_ Para Marcos Costa, defensor da profissionalização do grafite, grafiteiro e estudante do nono semestre da Faculdade de Belas Artes da UFBa, faltou embasamento teórico no trabalho de Williams, visto que os trabalhos não são anônimos e, de certa forma, é fácil identificar os autores dos grafites, que sempre assinam suas obras colocando e-mails e sites para contato pessoal. “Williams se antecipou e não deu os créditos dos autores das obras que transpôs para a galeria”, afirma.

_ Marcos acredita que a pesquisa de Williams teria sido bem sucedida se ele tivesse atentado mais a esses aspectos. Em relação à indignação dos grafiteiros, considera válida, porém condena o estardalhaço que não leva a lugar algum: “depois não chamaram (Williams) para apresentar uma proposta para o bem de todos, para uma discussão sobre direitos autorais”, argumenta. Marcos teve uma assinatura sua descolada e, ao invés de tentar resolver o assunto com protestos, foi conversar pessoalmente com Williams. Na sua opinião, o mais correto seria Willians ter entrado em contato com os autores das obras para dar créditos aos grafiteiros e ter realizado uma exposição de caráter coletivo.

Transgressão às avessas

_ Os prêmios ganhos por Williams (R$ 40.000 no Braskem Cultura e Arte e R$ 5.000 no Salão de Arte de Juazeiro, ambos em 2006) despertaram o ódio de alguns grafiteiros, que o viram alcançar a mídia e os salões de arte com fragmentos retirados de seus trabalhos. Enquanto muitos grafiteiros se dizem contra “o injusto sistema de Salões, que premia quem tem a maior quantidade de amigos poderosos” (retirado do blog “Artista Prático”), outros reconhecem originalidade em “Peles Grafitadas”. No entanto, todos os entrevistados concordaram que faltou para Williams a vivência do movimento grafite soteropolitano, o qual é formado por diversos grupos, a exemplo de zeroseteumcrew e Oklancrew. Estes “clãs” interagem numa ambiência urbana onde todos os grafiteiros se conhecem, compondo um universo artístico multifacetado, em que há espaço para concordâncias e divergências.

_ Por sua vez, Roaleno Costa defende seu orientado afirmando que apenas cinco dos fragmentos retirados das ruas que compõem “Peles Grafitadas” são pedaços de grafites. “O resto é parede suja, é pichação, são coisas que não são absolutamente autorais. E eu acho que esta é a melhor parte do trabalho dele, porque grafite acontece e fica mais bonito na rua do que colocado dentro da galeria. Mas não deixou de trazer essa discussão à tona, sobre espaço público e tudo mais”, diz o diretor.

_ Roaleno ressalta que o trabalho de Williams traz uma nova discussão para o movimento grafite de Salvador: “muito das discussões sobre a problemática do grafite e dos grafiteiros que vieram à tona a partir desse trabalho de Williams, já foram feitas no Brasil vinte anos atrás, em São Paulo. Então, o grafiteiro de Salvador está agora vivenciando uma situação que explodiu a partir do trabalho de Williams”, argumenta. Para ele, a novidade é que a transposição do grafite para a galeria reacende o espírito contraventor do grafite, porém ao inverso. “Como o grafite não está mais se sustentando nessa transgressão, porque já foi absorvido pelo sistema, na hora em que Williams faz o inverso, ele comete um ato transgressor às avessas. E esse ato transgressor incomodou muito aqueles que há algum tempo eram os transgressores (os grafiteiros) e que deveriam ter continuado sendo, mas fizeram concessões demais.” Ele ainda alerta que o grafite comportado, seja em parcerias com instituições públicas e privadas ou exposto em galerias, deve tomar cuidado para não perder as principais características do movimento.

_ Em seu site, www.martins.art.br, de onde foi retirado o texto que introduz essa reportagem, Willians disponibiliza vídeos do programa Soterópolis da TVE Bahia sobre a polêmica e registro das primeiras remoções das peles. Também publicou fotos do processo técnico de fabricação das telas, que vai desde o enquadramento da imagem desejada até a montagem da tela, além de disponibilizar a sua dissertação. O que se percebe é que “Peles Grafitadas” foge aos padrões de comportamentos acadêmicos, trata-se de algo transgressor – uma característica do grafite – não comportado, anti-conservador, que envolve riscos e questionamentos. Apesar de ter desagradado um movimento artístico de grande aceitação popular, como é o movimento grafite em Salvador, Williams recorreu a uma das características principais da obra de arte: causar polêmica e reflexão na sociedade.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Passepartout

Uma conversa com Jorge Mello


Maria Clara Lima

_O diretor de cinema e fotografia, Jorge Mello, 55, trabalha com cinema há mais de 20 anos. Hoje, produz filmes e atua no “quase-pólo” [expressão de Mello] de cinema da Bahia. Mello é dono de equipamentos cinematográficos utilizados para a produção de filmes. De acordo com ele, material de primeira linha o qual aluga quando requisitado.

_Segundo conta, “eles são suficientes para montar até seis pólos de cinema”. No entanto, o material ficou, por muito tempo, guardado em um depósito. Chegaram a ser feitas algumas importantes produções com os equipamentos – inclusive estrangeiras –, mas a demora em se associar a uma espécie de pólo ou projeto quase lhe fez desistir.

_Foram mais de três anos de espera. Por que tanto tempo? Pelo custo. “Também não posso dar de graça”, diz. O material foi comprado em 2003 e 2004 e custou caro. O dinheiro para tal façanha, ele conseguiu juntar ao longo de sua vida. Mello inventou, por exemplo, o detector de metais formato raquete e ganhou uma cifra considerável com ele.

O quase-pólo

_O “quase-pólo” funciona no Forte do Barbalho, onde já estão, conforme conta, os equipamentos, o figurino, a cenografia e a Bahia Film Commission (BFC) – um programa do governo do estado de apoio às produções audiovisuais. O que falta? Patrocínio e investimento – principalmente o privado e de empresas locais. Só assim o pólo poderá realmente funcionar.

_ Segundo ele, o pólo é uma associação de todos que atuam no cinema. “É uma parceria com a BFC, Associação Baiana de Cinema e Vídeo (ABCV-BAHIA), cineastas, produtores, governo e outras classes que apóiam a iniciativa”. Cada parte é independente, diz. “Os equipamentos são meus, a cenografia é de outro, o figurino de outro”. O espaço, continua Mello, foi cedido pelo governo, mas as reformas necessárias ao Forte cabem aos que ali se alojam.

_ Apesar dos percalços, para ele, tudo indica que 2008 terá muitos filmes baianos. “A minha intenção é que a Bahia consiga fazer mais de 100 filmes por ano: quanto mais fizer, melhor”.



segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Circo Urbano

_David Belle, 34 anos, é um educador físico francês e criador do Le Parkour. Belle nasceu e cresceu no Sena Marítimo, na Normandia. Oriundo de uma fámilia simples do subúrbio, desde cedo treinou com o seu pai técnicas militares de deslocamento que o ajudaram a desenvolver uma forma peculiar de se exercitar e ajudar as outras pessoas. Saiba mais sobre o Le Parkour, em breve, na Lupa 04.

Veja o vídeo abaixo:




Site Oficial - Clique aqui

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Passepartout

“A retomada é um sinal de vitalidade, de vocação para a atividade”

Luiza Borges e Samuel Barros

Em entrevista à Lupa, Pola Ribeiro, cineasta e diretor do Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia (Irdeb), fala de um novo momento na produção cinematográfica baiana e da finalização do primeiro filme que roteirizou e dirigiu, Jardim das Folhas Sagradas. Ele acredita que a Bahia vive um momento promissor, mas pondera que são necessárias ações que dêem sustentação a esse desenvolvimento.



Tem-se falado muito em uma "retomada" do cinema baiano. Qual a sua opinião a respeito, levando-se em consideração quantidade e qualidade das produções baianas?


_A retomada é um sinal de vitalidade, de vocação para a atividade. Temos vocação e pessoas interessadas. Mas as estruturas ainda precisam se consolidar. O que nos cabe agora é desenvolver as políticas que garantam a continuidade e o crescimento da atividade. Uma das formas de viabilizar isso é intensificar a aproximação entre o cinema e a tevê.


Quais elementos podem ter favorecido esta "retomada"?


_Um dado foi a conquista do edital estadual de longas, capitaneada pela ABCV, que, apesar de uma certa descontinuidade, gerou três longas que ajudaram a motivar novas gerações a participar do processo de produção profissional do audiovisual. Por outro lado, não podemos esquecer de outros importantes fatos de nosso passado recente, como 3 Histórias da Bahia, a Braskem, que incluiu o cinema em seu edital de estimulo à arte e revelou novos realizadores, os festivais e outros eventos que consolidaram um público relativamente numeroso, como o Seminário Internacional de Cinema e Audiovisual, o curso de cinema da FTC, que nos possibilita há alguns anos uma formação específica. Tudo isso tem permitido uma visão mais autêntica e ao mesmo tempo crítica própria da nossa retomada. No plano do Ministério da Cultura, destaco a política de Gilberto Gil e Orlando Senna, que foi e é de inclusão desde o primeiro mandato em todos os aspectos de um projeto de cinema nacional. E a Bahia, por ter uma vocação, pôde ser contemplada.


Quais as principais dificuldades no processo de produção de "Jardim das Folhas Sagradas" em relação ao contexto baiano?

_Jardim das Folhas Sagradas foi produzido fora do nosso edital estadual. É um filme que participou e teve seu orçamento construído por concursos e leis que estavam sendo acionados pela primeira vez no estado. A Lei do Audiovisual, a Lei Rouanet utilizada para a produção de um longa e o própria FazCultura. E, além disso, o tamanho da produção, genuinamente baiana e talvez a de maior porte já realizada aqui, com cenários, estúdios, um set que às vezes reuniu 200 pessoas e fortes articulações com a sociedade, como uma reconstituição da caminhada da consciência negra, em julho de 2006, no Curuzu, com a participação de diversas correntes do movimento negro, e ainda a nossa presença no Bom Juá, onde os moradores também participaram desde as filmagens à construção de cenários. Agora estou retomando o processo de finalização, do qual me afastei desde o início de 2007 por ter assumido a gestão da TV pública, o que acabou me absorvendo completamente.


Como está a finalização do longa? Há data prevista para estréia?


_Estamos na finalização da montagem e no processo de produção da trilha sonora. Quero lançá-lo no segundo semestre de 2008.


Qual a sua expectativa em relação à estréia do seu primeiro longa? Mais precisamente em relação à exibição do filme no circuito comercial e à aceitação do público?


_A expectativa é grande. Sou um comunicador, faço cinema para me expressar e com a consciência da expectativa que meu trabalho gera na cidade, no público, e, nesse caso, principalmente na comunidade negra, que, tanto no segmento religioso quanto no segmento político ou social, é parceira do filme. Estou convicto da necessidade de se tratar do tema da religiosidade afro dentro de Salvador. A estréia de um filme como “Povo de Santo” prova isso. Queremos desenvolver um trabalho profissional de divulgação e acesso para que Jardim das Folhas Sagradas esteja disponível. O meu desejo é viabilizar de todas as maneiras o contato do público com o filme.


Que fatores você apontaria como fundamentais para uma maior visibilidade do cinema baiano?

_O principal, como disse, é um trabalho de divulgação focado. Todo diretor,quando faz o filme, sabe, no fundo, para quem está falando. Então ele tem que buscar este público na hora de exibir. Tem que dizer às pessoas que está em cartaz e reservar recursos para que isso possa acontecer.

domingo, 2 de dezembro de 2007

Impressões

Nuvens

Por Davi Boaventura



Davi Boaventura é estudante do 6º semestre de jornalismo na Facom-UFBA.

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Passepartout

Nova Edição do Sua Nota é um Show

Projeto de Educação Tributária retorna com mudanças


Por Juliana Almeida



_Em meio à crise da Cultura, está de volta o Projeto Sua Nota é um Show, integrante do Programa de Educação Tributária do Estado que conta com programações esportivas e culturais. Não se trata de uma reedição do projeto original, criado em 1999 pela Secretaria da Fazenda do Estado, mas de uma versão melhorada dele.

Show do cantor Lobão no projeto "Sua nota é um show".

Mudanças


_ O projeto original tinha como linha central a promoção de eventos massivos, que aglomeravam uma grande quantidade de pessoas. Por isso, o principal apelo era a oferta de shows musicais de axé, além da programação futebolística. O ingrediente básico do projeto, estimular o hábito do recolhimento das notas para arrecadação do Estado, continua. No entanto, preza-se com mais vigor ao atendimento de um dos objetivos do projeto desde a sua criação, incentivar atividades artístico-culturais e desportivas.

_ Segundo Jamile Vasconcelos, coordenadora do projeto, a inclusão de novas linguagens surgiu com o intuito de “ampliar o foco de interesse e abranger uma maior diversidade estética. Dentro de cada linguagem, procurou-se também contemplar diferentes estéticas. Em teatro, há espetáculo infantil, comédia, teatro de sombras; a dança traz o contemporâneo, popular e também infantil; a música, desde o rap ao regional, passando pelo rock e mpb; e o cinema apresenta curtas baianos e filmes nacionais que tiveram destaque nas salas de cinema.”

_ Para amenizar o problema da centralização das trocas de notas fiscais na Fonte Nova e evitar filas foram implantados postos de troca em shoppings da cidade, Aeroclube, Center Lapa e Barra. Apesar de todas essas mudanças, o público ainda não tem total conhecimento. A estudante de arquitetura Milena Chaves, 23 anos, ao ser informada sobre a nova versão do projeto, diz que acha interessante essas mudanças, mas questiona a falta de divulgação. “Não vi em lugar nenhum anunciando isso”, reclama.

_ Para a coordenadora do projeto, isso é um problema que será resolvido com o tempo, pois acredita que, como o projeto passou por um período em recesso, “É natural que as pessoas levem um tempo para se re-habituar, re-programar e re-criar hábitos. O mesmo vale para a familiarização sobre mudanças a cerca de periodicidade de espetáculos, grade de programação e, sobretudo, locais de troca”.


A magia das sombras no espetáculo do Teatro Lumbra.

Repercussões no Público

_ A Sala Principal do TCA, antes freqüentada pela classe alta da cidade, recebe agora um público diversificado que vai assistir a espetáculos até mesmo internacionais. Adolescentes, idosos, estudantes universitários, pessoas de diferentes classes sociais formam um público diversificado, e quebram com a idéia de que aquele espaço era reservado para um grupo seleto.

_ O Programa de Formação de Platéia também é responsável por esse quadro, uma vez que realiza um trabalho de parceria junto a instituições, projetos sócio-culturais, fundações e órgãos públicos. “No início da retomada do projeto, uma cota de convites foi distribuída para que a população se familiarizasse com a nova proposta e conceito estéticos. Atualmente, os mesmos convites são trocados pelas notas fiscais”, afirma Jamile Vasconcelos.

_ Entretanto a compra de ingressos nas mãos de cambistas ainda é um problema, pois causa especulações a respeito do caráter gratuito do projeto. “Limitar em dois o número de ingressos por CPF já dificultou bastante a ação, porém, ninguém pode impedir que o cambista troque as suas notas e ainda leve consigo, irmã, prima, vizinhos, familiares...”, explica Jamile. Por outro lado, o aumento no recolhimento das notas fiscais implementa a arrecadação do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços) o que significa mais dinheiro para o Estado. Assim, a população paga para esse projeto aconteça quando exige as notas fiscais.

Circo Urbano

“A hierarquia do espaço urbano está invertida”, diz especialista


Quem é esse pedestre que não vê o problema? É o da periferia. No bairro dele é muito pior”



Por Maria Clara Lima


_Refletir é uma palavra-chave. Assim diz o arquiteto e urbanista Francisco Santos Rocha, 58. Segundo ele, é preciso refletir sobre o crescimento da cidade e sobre a lógica invertida que prioriza o veículo em vez do pedestre. “A hierarquia do espaço urbano está invertida: o transporte é uma função derivada. Você define a situação do transporte e o pedestre é transparente ou fica com o que sobra”.

_Ele explica que muitos dos problemas urbanos vêm dessa lógica invertida. “Estamos construindo um modelo inviável e perverso de apelo ao transporte individual. Esse modelo não tem sustentabilidade econômica e nem ambiental”, diz.

_Em 2003, Rocha concluiu seu mestrado sobre o andar a pé em Salvador. Para o trabalho, a cidade foi dividida em quatro regiões e alguns problemas foram apresentados – como o acesso ao ponto de ônibus, a continuidade do caminho, a falta de educação do motorista, a imprudência do pedestre e a situação das calçadas. “Na região do Iguatemi, por exemplo, o caminho é descontínuo: você salta, pula, corre. Em síntese, caminhar no Iguatemi é uma corrida de obstáculos”.

_Ele chama a atenção para um outro fato: a existência de caminhos cortados na grama. “Isso significa que o caminho pensado pelos arquitetos e urbanistas não é o preferível do pedestre”. Para ele, o único ponto positivo na região é a passarela. Mas, segundo a pesquisa, para 35% dos pedestres entrevistados, não há problema algum. “Quem é esse pedestre que não vê o problema? É o da periferia. No bairro dele é muito pior”.

_Para Rocha, o descaso com a situação do pedestre é nacional. “Em todo o Brasil: a cidade é para o carro”. E quem pensa na cidade? “O poder público”, responde. Mas, ao trazer a questão para a Bahia, para ele falta pressão, uma organização fundamentada na consciência para que esta situação mude. “A cidade cresce de uma forma desordenada e quem paga o pato é o pedestre”.

_Sobre o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU), Rocha diz ser um bom plano, mas ressalta: “A cidade se faz espontaneamente, à revelia do plano. Como controlar é a questão”.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Lançamento - Fraude 5


Circo Urbano

Nilcéa Freire

_A Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres elogia a importante decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de abrir processo disciplinar contra o juiz Edílson Rumbelsperger Rodrigues, da cidade de Sete Lagoas (MG), que proferiu sentenças discriminatórias contra a aplicação da Lei Maria da Penha. Consideramos a iniciativa do CNJ um importante passo para a consolidação dos princípios da igualdade, isonomia e democracia na sociedade brasileira.

_Nossa decisão de encaminhar o ofício ao Conselho Nacional de Justiça, dando ciência das 70 sentenças discriminatórias proferidas pelo juiz, se deu justamente por acreditarmos na Justiça brasileira e nas conquistas das mulheres asseguradas na Constituição Federal de 1988.

_O ineditismo da decisão tomada em caráter unânime por este órgão, que tem como presidente a ministra Ellen Gracie, demonstra o elevado significado de sua criação, em 2004, e fortalece a referência estabelecida a favor da plena aplicação e implementação da Lei Maria da Penha.

_Consideramos esta decisão a mais vigorosa manifestação do CNJ pela aplicação da Lei Maria da Penha, desde a sua criação em agosto de 2006.

_Também não podemos deixar de destacar a atuação parceira do CNJ quando sugeriu aos Tribunais Estatuais de Justiça a constituição dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher. Outra importante iniciativa foi a solicitação aos mesmos Tribunais no dia 9 de outubro, de informações sobre as ações de aplicação da Lei, com o intuito de avaliar os avanços da Justiça no combate à violência doméstica.

_Isso sem mencionar as Jornadas Maria da Penha que tanto estimulam a discussão e a divulgação da Lei.

_Portanto, entendemos que esta decisão de abrir processo contra o referido magistrado aproxima o Poder Judiciário, na figura do CNJ, dos anseios das mulheres brasileiras por uma vida livre de violência.


Nilcéa Freire
Ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Passepartout

Troféu Caymmi faz 20 anos


Luise Sales

_ Nem todos conhecem o Projeto Troféu Caymmi, mas ele já está bem velhinho. No próximo dia 27, no Teatro Castro Alves, durante o evento de entrega do Troféu Caymmi, será comemorado os seus 20 anos, completados no ano de 2005. Durante esse tempo, o projeto revelou grandes talentos da música baiana e brasileira, a exemplo de Daniela Mercury e Margareth Menezes, as quais, hoje, são conhecidas internacionalmente. Idealizado com o objetivo de resolver o problema da descontinuidade de shows e apoiar aos artistas para possibilitar uma repercussão maior no cenário cultural baiano e brasileiro, o projeto fez e continua fazendo jus ao papel que tomou para si, de apoiar e revelar artistas e profissionais da música nacional.

_ A comemoração dos seus 20 anos traz ainda mais novidades para o panorama cultural, além de soprar velinhas no tradicional evento de entrega do troféu, um coquetel inaugurara a casa de Cultura Caymmi, onde funciona a sede do projeto e oficinas sócio-culturais para jovens em situação de risco social. Para fechar a programação, um show será realizado na Concha acústica do TCA, com grandes nomes da música como Daniela Mercury, Danilo Caymmi, e Tetê Spinola. Segundo os organizadores, a renda será revertida para o Projeto.

_ Apesar de tanto prestigio e importância, o Projeto passa por dificuldades econômicas acentuadas. Apenas a Chesf, através do Faz Cultura, ajuda na manutenção. A falta de maiores incentivos públicos e de patrocínio privado tem dificultado a continuidade do Caymmi, o qual durante esses vinte anos revelou tantos sucessos e mobilizou o sonho de tantos artistas.

_ Segundo Tucá Moraes, idealizador e gestor do Projeto, “A celebração desses vinte anos representa um estágio de realização e renovação pela qual passa o Troféu Caymmi, apesar de continuar desafiando as conjunturas econômicas. O projeto cada vez mais se firma no cenário da cultura baiana, devido à mobilização espontânea de artistas e por continuar aquecendo a cadeia produtiva da música”, afirma.

_ Contando hoje com o apadrinhamento de artistas e com a tradição de uma marca já consolidada, o projeto Caymmi ainda consegue se manter e continua estimulando o mercado cultural baiano além de promover talentosos artistas da nossa música.


Fotos: Vera Miliotti/ Marcio Lima/ Adenor Godim

Saiba Mais

Site Oficial: www.projetotrofeucaymmi.com.br

Tel. de contato: 34911254

Lançamento - Lupa 3 (21/11/2007)

Lupa 3



Nessa quarta-feira, 21 de Novembro, aconteceu o lançamento da revista Lupa nº 3 na Faculdade de Comunicação da UFBA. A revista foi produzida pelos alunos da disciplina Temas Especiais em Jornalismo Impresso 2007.1, do curso de Jornalismo.

A sua distribuição é gratuita.

Veja as fotos:

Samuel Barros, estudante de jornalismo, entregando a lupa na Facom.


Capa da Revista Lupa 3 exibe o repórter, Zé Bim, personagem da matéria "Pátio dos milagres".

Estudantes da Facom garantem o seu exemplar e analisam o material.




Estudantes admiram a arte gráfica da nova lupa.

O diretor da Facom, Giovandro Ferreira, prestigia a revista.

Graciela Natansohn, editora-chefe da revista lupa, conferindo a 3ª edição.

Decoração feita com origamis chama atenção durante a distribuição.
(fotos: Marcel Ayres)


Neste número, chineses e japoneses nos contam o que os trouxe de terras tão longíquas. Investigamos porque as revistas regionais não vingam. Assistimos os telejornais locais e, entre risos e choros, acompanhamos a rotina popularesca de seus principais figurões. Uma entrevista com Roger N' Roll, comandante das noites de sexta-feira, com a sua borracharia nada convencional. Ainda nesta edição, gays e lésbicas contam o que têm que enfrentar na escola, maldito preconceito, em pleno séc. XXI. Contra tabus e violência sexista, há muito o que ser feito em matéria de educação. E também, estudantes que ousam mudar de curso, artistas que invadem as ruas, tattoo, ensaio fotográfico e algumas pestes literárias.

Faculdade de Comunicação da UFBA
Salvador, Bahia - Brasil

Contato:
Tel: (71) 3263-6174, 3263-6177

E-mail: lupa.facom@gmail.com - lupa.revista@gmail.com
www.facom.ufba.br



Em breve, Lupa 4.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Impressões

Insetos sociais

Por Marcel Ayres


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Marcel Ayres é estudante do 1º semestre de jornalismo na Facom-UFBA

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Impressões

Livre

Por Anne Oiticica


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Anne Oiticica é estudante do 4º semestre de Produção Cultural na Facom-UFBA
e monitora de fotografia do LabFoto

domingo, 18 de novembro de 2007

Impressões

Minha jangada vai sair pro mar...

por Mariele Góes

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Mariele Góes é estudante de Jornalismo (2º Semestre) - Facom-UFBA

Circo Urbano

A dificuldade em ser pedestre em Salvador

Maria Clara Lima


_As calçadas são estreitas e esburacadas. Como se não bastasse, obstáculos como carros estacionados, ambulantes e barracas de revista dividem o pequeno espaço dos passeios públicos com os pedestres de Salvador. O natural, nestes casos, é andar no asfalto. Assim faz diariamente Conceição Maria de Jesus, 48.

_Conceição é diarista em três casas, todas em bairros diferentes da cidade. No entanto, para ela, o pior trecho é onde mora, no Rio Vermelho. “Ali os carros ficam todos em cima da calçada. Aí desço para o asfalto e tenho que esperar o carro parar, senão não dá”. Conceição confessa que tem medo de ser atropelada – inclusive, quase já foi por uma moto. Qual seu prejuízo? A resposta é simples: “se eu for atropelada ali, quem é que está errada? Não sou eu?”.

_Atropelada ela não foi, mas a agente de viagem, Cristina Silva, 52, fraturou seu pulso e, há seis meses, ainda está com a mão direita praticamente imobilizada. Cristina caiu, ironicamente, em uma rampa que dá acesso à calçada ao sair de uma missa na Igreja Nossa Senhora da Luz, na Pituba. “Acho que tinha areia, mas, mesmo assim, tem que ter manutenção”. Ela conta que depois da queda, fez duas cirurgias e ficou três meses com a mão imobilizada, precisando de ajuda para realizar atividades rotineiras como tomar banho e comer.

_As melhoras começaram a aparecer há dois meses, quando começou um processo de reabilitação com a terapeuta de mão, Mirella Lima. Mirella tem uma média de dez pacientes regulares por conta de quedas nas calçadas. “Geralmente são paciente idosos que fraturam a mão e o pulso ao tentarem se apoiar, porque tropeçam em pedras soltas e buracos”. Segundo ela, o processo de reabilitação é lento e, os de fraturas mais graves, ficam com algumas limitações. Ainda assim, muitos conseguem recuperar os movimentos. “Mas estes ficam temerosos em sair de casa com medo de cair novamente”.

_Cristina ainda está na metade do processo. A esperança é de que recupere todos seus movimentos. Aborrecida com o incidente, não só reconhece a dificuldade para se andar nas calçadas de Salvador, como ainda envia um recado aos responsáveis. “Vou dar um exemplo de cada: na Barra, os carros estacionados; na Avenida Sete de Setembro, os camelôs e, na Pituba, onde moro, os buracos. A gente anda no asfalto em todos esses bairros. Para mim, o prefeito deve ter mais cuidado com a cidade”.

Responsabilidade

_De quem é a responsabilidade? Da prefeitura e dos órgãos locais. É o que diz a advogada Teresinha Alves. No entanto, ela explica que a manutenção de alguns trechos de calçadas – aqueles situados na frente de edificações – não são responsabilidade somente da prefeitura, mas também dos lojistas e moradores. Neste caso, cabe à Superintendência de Controle do Ordenamento e Uso do Solo (Sucom) fiscalizar, advertir e multar os responsáveis.

_Mas, segundo a advogada, a iniciativa, geralmente, parte da sociedade. “O que acontece muito são comunidades locais pleitearem, frente a prefeitura, o conserto dos passeios ou os lojistas requisitarem um espaço reservado para os camelôs”.

_No que diz respeito aos carros estacionados nas calçadas, para Teresinha, deve-se ter em conta a falta de educação no trânsito por parte dos condutores. “É proibido, todos sabem que é. A Superintendência de Engenharia de Tráfego (SET) tem feito até um bom trabalho, multando estes carros, mas ela não pode estar em todos os lugares”.

_De qualquer modo, as providências tardam. E, para sentir esta dificuldade, não precisa ir além dos arredores da Ufba: basta andar um pouco nas calçadas da Ondina.

_Até o fechamento desta reportagem, nenhum representante da prefeitura foi encontrado para comentar o assunto.

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Circo Urbano


Violência Doméstica


Carol Marques

_Em tempos do Juiz Edilson Rumbelsperger Rodrigues, de Sete Lagoas (MG), a violência sofrida pela mulher é algo banal. As pesquisas apontam que em apenas 40% dos casos, a vítima denuncia o agressor, o que contribui para a impunidade de um crime que na maioria dos casos é cometido pelo companheiro. Mas a quantidade de denúncias aumenta a cada ano, deixando de ser um assunto privado para se tornar um crime público. Hoje apenas em Salvador, existem duas delegacias especializadas em violência contra a mulher no bairro dos Barris e Engenho Velho de Brotas.

Em sentenças nada convencionais, o Juiz afirma que:

"Ora, a desgraça humana começou no Éden: por causa da mulher, todos nós sabemos, mas também em virtude da ingenuidade, da tolice e da fragilidade emocional do homem (...) O mundo é masculino! A idéia que temos de Deus é masculina! Jesus foi homem!"

_A violência doméstica não existe apenas na agressão física, ela pode tomar a forma de violência psicológica e mental, o que inclui agressões verbais, perseguição, clausura, privação de recursos físicos e financeiros e até mesmo a proibição de contato com familiares e amigos.

_Atualmente existe um estereótipo de que o homem que bate na companheira geralmente é usuário de álcool ou drogas mais pesadas. Os estudos comprovam que na maioria dos casos a vítima convive bem com agressor e a violência ocorre em momentos de irritação do homem que, na maioria das vezes é perdoado pela mulher, mas acaba reincidente no crime.

_No dia 7 de agosto de 2006, foi sancionada a lei n.º Lei 11.340, que é uma das leis mais rígidas do código civil Brasileiro e que recebeu o nome de “Lei Maria da Penha”, em homenagem a pessoa símbolo da luta contra a violência familiar e doméstica. Maria da Penha Fernandes ficou paraplégica após duas tentativas de homicídio por parte de seu ex-marido. A punição ao ex-companheiro só ocorreu 19 anos e 6 meses depois, mas só passou 2 anos em regime fechado.

_O Juiz Edílson Rodrigues considera a lei Maria da Penha como anticonstitucional e “um conjunto de regras diabólicas”. Para A.S., vítima de maus tratos do marido, o juiz é um louco. “Se ele tivesse sentido na pele o que eu senti, não teria dito essas coisas”. A lei é considerada um marco na defesa da mulher contra a violência doméstica e criou instrumentos que ajudam a coibir esse tipo de crime.


Delegacias de proteção à mulher - Salvador- Bahia.

* Delegacia de Proteção à Mulher
Endereço: av. Vale dos Barris, s/n - Barris
Tel.: (71) 329-8500 / 328-5003

* Delegacia de Proteção à Mulher
Endereço: rua Padre Luiz Figueira, s/n - Eng. Velho Brotas
Tel.: 0800 71 6464

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Como Hefesto, eu tenho algo que te recorde minha deusa.

Miria Lima

Busca o belo da vida?
Por acaso já procurastes o prazer de iniciar o dia observando a magnitude do nascer do Sol?
Tivestes a curiosidade de observar as fases da lua, de vê-la cheia, impressionantemente iluminada, aberta para tua observação?
Procurastes entender a ternura do ato de amar?
O sentido de fazer amor não se limita à excreção de um líquido alge-carnal, mas se completa quando inicia a penetração dos sentidos, na sutileza do abraço final, quando a carne, já saciada, curva-se ao orgasmo da alma.
Procure o sentido do que transcende a harmonia dos traços, das formas... e vê o implícito para adorares Hefesto. Sinta, enquanto puderes, o ar que respiras. Entenda que tuas glândulas lacrimais não produzem secreções apenas para a dor; que o morrer e o nascer são respectivamente o despertar da sensibilidade em detrimento da vida, e a vida em detrimento da insensibilidade.
Aprenda com o passado e use o que aprendestes para aperfeiçoares o agora – somos um agora! Urge que experimentemos tudo que somos e temos para estarmos melhor.
Não há tempo a perder no prazer melancólico de acarinhar os vestígios que ficaram das feridas... Imaginar que seria diferente, não faz diferença o quanto diferenciar.
Até no fim existe o belo porque ele se contrapõe a um recomeçar...
Enxerga isso hoje, observa no fim do dia a lição do deus Sol, quando ele, fulgurante, põe-se pra que seu fulgor não nos impeça de ver luz nos outros astros.

sábado, 3 de novembro de 2007

Cubo Mágico - Sub-versão

João e Maria


Marcelo Oliveira

João e Maria eram dois punks que viviam na Floresta Encantada junto com seus pais, o lenhador e a dona de casa oprimida. Até os dois meninos se revoltarem contra o Sistema tudo eram flores. Mas, uma vez que a rebeldia começou, os pais exerceram sua autoridade e lhes impuseram um leve castigo: expulsão vitalícia de casa.

Enquanto largavam-se drogados na relva, a falar de sonhos e liberdade, seus pais vieram por detrás e delicadamente os esmurraram, até desmaiarem.

Logo depois disso, eles foram arrastados floresta adentro por uma trilha secreta que seus pais usavam quando jovem e que resultou no casamento deles. Antes de abandonarem as crianças, os progenitores sofreram horrores:

“É muita dor pra uma mãe, isso...”, a chorar. “Cale a boca mulher!, que eu que sou homem que tenho que agüentar esse martírio”. E se foram.

Por dias João e Maria, perdidos, souberam o que era a fome. Inicialmente odiaram o Sistema tão desigual, pra logo depois voltar atrás, implorando que tivessem de volta o capitalismo do hambúrguer e das fritas. Foi em meio a este pedido desesperado aos céus, que eles avistaram uma apetitosa miragem: uma casa toda feita de hambúrguer, fritas, doces variados e coloridos, e com uma calha de onde caía refrigerante.

Comeram, com uma ânsia jamais vista num ato sexual. Felizes, e agora curiosos, entraram na casa pra ver o responsável pela arquitetura gastronômica.

Logo que entraram, uma sala de paredes branco-hospital e um estalo raivoso no ar, que quando os atingiu, induziu sono profundo.

...

Acordaram, a vista tornando do preto para as cores do mundo ao redor. Então viram uma figura tenebrosa: uma bruxa alta, magérrima e desengonçada, parecendo um esqueleto. Ela tinha voz fanha e raivosa:

“Odeio criança gordinha! Odeio gordura, odeio fritura, odeio o Sistema!!!”

João e Maria protestaram, mas até as suas mortes nunca mais comeram. Se viciaram em anfetaminas, enquanto subnutriam-se.



Marcelo Oliveira é estudante de Comunicação - Jornalismo na Universidade Federal da Bahia.

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Cubo Mágico - Sub-versão

FRUCTO PROHIBIDO


Marcos Palacios


“Então Iahweh Deus fez cair um torpor sobre o homem, e ele dormiu. Tomou uma de suas costelas e fez crescer carne em seu lugar. Depois, da costela que tirara do homem, Iahweh Deus modelou uma mulher e a trouxe ao homem ”

(Gênesis 2: 21-23)
Acordou cansado, com uma tremenda dor nas costas. Sentia como se lhe houvessem arrancado uma costela enquanto dormia. Levantou-se, espreguiçou-se, bocejou. Sacudiu uma mijada no tronco de uma árvore e, só então, deu pela presença dela. Ali sentada. Calada, mastigando um talinho da grama.

Era perfeita. Morena, olhos verdes, um corpo incrível. Exatamente como ele sempre imaginara. E agora ela estava ali. E ele sem saber o que fazer.

Aproximou-se, meio sem jeito. Não tinha qualquer prática desse tipo de situação, mas sentiu que devia tomar a iniciativa:

- Oi, tudo bem? Eu sou Adão...

E ela, lânguida e contemplativa, como que recém-criada ou saída de um sonho:

- Oi... Prazer... Sou Eva...

- Eva? Eva? Que nome engraçado...

- Engraçado? Pois não vejo nenhuma graça... Como você queria que eu me chamasse? Emengarda? Jozilda? Eleuzina? Ivoneide?

Adão percebeu que começara mal. Emendou rapidamente:

- Desculpe. Eu não quis ofender. Falei só por falar. Seu Jeová, meu Patrão, vive dizendo que sou mesmo um caipira bronco e sem refinamento... Não estou acostumado a conviver com outras pessoas. Por favor, não se zangue.

Ela não dava mostras de estar zangada:

- Quem é esse tal de Jeová?

- É o dono destas terras. Eu nasci e me criei aqui e sempre trabalhei para Ele. Sou o zelador destes Jardins...

- Zelador?

- É. Tomo conta das coisas aqui para o Velho. Quer dizer, tomo conta é modo de falar. Não há muito o que fazer... Já dei nome a todos os bichos e plantas, como Ele mandou, e até criei um sistema de classificação das diferentes espécies animais: os que voam, os que se arrastam, os que andam sobre duas e quatro patas, lisos, com plumas, com pelos... Para ser sincero, não faço coisa nenhuma e aborreço-me horrores. Foi por isso que pedi a Ele que me arranjasse uma companheira. Agora que você chegou, tudo vai ser diferente. Este lugar é muito agradável. Um verdadeiro Paraíso...

Justamente quando a conversa começava a engrenar e Adão ia ganhando confiança e se sentindo mais à vontade, Jeová chegou, acompanhado de Arcanjo e Serafim, dois jagunços mal-encarados, que o seguiam onde quer que Ele fosse.

- Ah, vejo que já se apresentaram. Ótimo. Espero que se dêem bem...

Eva olhou para o velhote e sentiu uma imediata antipatia pela Figura. Barbudo, cabeludo, unhas sujas, dava a impressão de haver passado uma Eternidade sem tomar banho. Achou-o repugnante. Detestou o tom autoritário dele falar.

- Olha, Adão, você fica encarregado de explicar para Eva o Regulamento dos Jardins. Ela está aqui em caráter experimental. Se criar problemas você me avisa...

E Adão, submisso:

- Não se preocupe, Chefe, vai dar tudo certo...

Assim que Jeová deu as costas e deixou os Jardins, seguido pelos dois capangas, Eva desabafou:

- Velho nojento... Não fui com as barbas dele... Não sei como você agüenta tanta empáfia e prepotência...

- Ora, Eva, Ele é apenas um pouco ranzinza. Tem Suas manias e pequenas implicâncias. Coisas da idade. No fundo não é má Pessoa. Sempre me tratou muito bem, apesar desse Seu jeito durão.

- E de que Regulamento ele estava falando?

- Bem, é muito simples. Existe apenas uma Regra: “Tudo vos será permitido, porém do Fruto da Arvore do Conhecimento não comereis jamais”.

- Só isso?

- Só.

Eva ficou pensativa.

- Um Fruto Proibido, ein!... Eu já ouvi uma história parecida, não lembro bem onde... Vamos ver! Cadê a tal Árvore?

Não era uma Árvore. Era todo um Pomar. Imenso. Frutas lindas, vermelhas, carnudas, perfumadas. Uma verdadeira Tentação.

Jeová passou três meses sem aparecer pelos Jardins. Quando deu as caras, encontrou o terreno cercado com fios eletrificados, posse requerida na Justiça, uns negrões enormes de guarda no Portão e uma moderna fábrica em plena produção, fornecendo Tortas de Maças do Amor para o Bob’s, MacDonald’s e quase todas as lanchonetes finas da Zona Sul.

Jeová ainda entrou com uma ação de reintegração de posse, mas deu com os burros n’água. Além de ter um tio muito influente no Instituto de Terras, Eva havia subornado todos os juízes do Supremo Tribunal.

Jeová acabou pagando as custas do processo, vendeu as propriedades que ainda lhe restavam no Rio e mudou-se para São Paulo, onde hoje tem uma sortida malharia no bairro judeu do Bom Retiro.

Eva acabou se separando de Adão por absoluta incompatibilidade de gênios, vendeu a fábrica de Tortas de Maças para uma multinacional e trocou os Jardins do Paraíso por um paraíso fiscal na ilha de Saint Maluf, no Caribe, onde hoje vive com Caim, um conhecido playboy internacional que - dizem - matou o próprio irmão para herdar sozinho a fortuna do pai...

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

A menina do espelho

Miria Lima

Depois de "E agora José", o espelho reflete sombrio. A imagem não declama mais Drummond, reflete, na solidão de horas vazias, o impossibilismo que ele descreveu... A paixão pelos amigos, pela Lua, pelas pirâmides, paisagens: tudo perdido na menina do espelho, nua de presente. Parece estranho retroceder instantaneamente. Ter o passado de súbito de volta, implica sofrer, desejar que o tempo retorne - querer de mais!

O pensamento vago se apoia às conservações da memória, mas eis-la de volta com soco dos versos que sugerem mudança de destino - "se você gritasse, se você gemesse..." - refletindo entre tantos "se", se tantas coisas fossem contrárias ao que exatamente foram... Eis a lição de que não se deve condicionar o passado!

A imagem que por ventura tem reflexo seco obtem donativos dos olhos que lubrificam a querência de não ser um José, mesmo o estando sendo. E as lágrimas percorrem lugares inexploráveis pelos versos, porém, na observação de sua imagem, vislumbra-nos a vontade irrefreável de Ser. Se na vida há algo melhor para uma adequação ao mundo que a experiência de si conhecer, a menina do espelho não tem necessidade de descobrir.



sábado, 27 de outubro de 2007

Passepartout

130 anos da Escola de Belas Artes da Bahia

A EBA revela sua identidade histórica, anseios e dificuldades ainda presentes em quase um século e meio de existência.

Nadja Alves e Louise Vitorino

Escola de Belas Artes - UFBA [fotos: Nadja Alves]

_ Para os desavisados, a Escola de Belas Artes da UFBA é uma velhinha que completa 130 anos no dia 17 de dezembro de 2007. Há um século e trinta anos atrás, uma “boa alma” decidiu presentear o então imperador Dom Pedro II, com nada mais do que uma escola de artes, cuja localidade era a própria casa do benemérito, Miguel Navarro y Cañizares.

_ A Escola de Belas Artes foi a segunda escola superior da Bahia e a segunda escola de arte do Brasil. Atualmente, a EBA ensina basicamente artes visuais e design, com cursos de licenciatura em desenho e plástica, superior em decoração e design com habilitação em programação visual. Na pós-graduação a pesquisa está voltada para o resgate das tradições, história da arte e o estudo dos processos criativos de artistas contemporâneos.

_A EBA tem grande importância para a arte no estado. Prova disso são os muitos artistas baianos que passaram pela escola e hoje são reconhecidos, tal como Juarez Paraíso, professor da instituição. Entretanto, segundo o estudante de artes plásticas Zé de Rocha, uma escola de artes não forma necessariamente artistas. “É como caçar diamante na chapada, poucos são os que realmente se destacam”, ressalta.


A EBA entre as três melhores escolas do país.


_ Apesar de todos os problemas enfrentados, seja pela falta de verba ou dificuldades em divulgação dos seus trabalhos, a EBA recebeu um grande presente: conseguiu ser indicada, junto com a USP e a UNICAMP, para o prêmio “As Melhores Universidades do país”, promovido pela Editora Abril e o Banco Real.

_A escola também foi convidada para levar a produção do curso de design para Saint-Etienne, na França, em novembro de 2008, onde participará de uma bienal num mega-galpão denominado de “Cidade do Design”, como forma de mostrar a produção dos países em desenvolvimento.

_O professor e coordenador do curso de design Alessandro Faria, fala com grande satisfação desse reconhecimento. “A produção da Escola está muito acima da média, eu tenho orgulho de fazer parte da Escola de Belas Artes”. Faria, acredita que um dos motivos para esse resultado é justamente o desejo de superação dos alunos devido à falta de ambientação adequada para as produções. “O que desestimula é a infra-estrutura e o que motiva são as dificuldades”, explica. Segundo o professor, se a escola suprisse todas as necessidades que os alunos carecem, talvez não tivesse produções de tanta excelência, “mas pagaria para ver”, acredita.

Comemoração ou reflexão?










Na foto, o aluno José Márcio Plácido e o professor Adalberto Alves

_ O clima de comemoração não é unânime na escola. O estudante José Márcio Plácido, que cursa o sexto semestre de artes visuais, faz uma ressalva ao fato de que o aniversário da escola não é um momento de comemoração e sim de reflexão: “Arte na cidade de Salvador é meio complicada, por não ser muito difundida, fica restrita a um grupo na cidade que está envolvido com seguimentos artísticos. A escola carece de divulgação para que fique em evidência”.

_ Em se tratando de divulgação, a EBA apresenta todos os problemas possíveis, devido a uma grande dificuldade em obter verba disponível na universidade para a divulgação dos seus trabalhos.

_ Entretanto, para o professor de Artes Visuais, Adalberto Alves, este não é o único problema. “Quando a gente vai comparar a Escola de Belas Artes com a Faculdade de Comunicação, de Teatro, Dança e Música, a gente nota que a EBA precisa realmente mostrar a sua cara. Aí já não é culpa somente do Estado, do governo e da Universidade, tanto o corpo docente quanto o discente têm uma parcela de culpa nisso”, ressalta. Alves, no entanto, é otimista: “creio que as coisas já estão melhorando”.

_O site está desatualizado há 5 anos, desde os festejos dos 125 anos da escola, deixando margens a questionamentos. Afinal, como pode uma escola que capacita estudantes para trabalharem na área de design não utilizar o espaço virtual como vitrine?

_O diretor da escola, Roaleno Costa, dá uma explicação sobre o fato revelando que a UFBA não garante a atualização do site e devido a problemas ocorridos na gestão anterior os alunos não quiseram se comprometer. Contudo, o professor Faria aponta para um novo momento, no qual já se tem previsto a construção de um site para a comemoração dos 130 anos, outro para o Epicentro, espaço onde os alunos produzem, e mais um para o curso de design, que existe na EBA há apenas 16 anos.

Venda do casarão.

_Segundo o diretor da Escola, Roaleno Costa, o projeto de venda do casarão consta no plano diretor do Reitor Naomar de Almeida Filho. Para Costa, “o que o Reitor pretende é um contra-senso”, afirma. A proposta não foi bem recebida pelo corpo docente da EBA, que se manifestou contra através da imprensa, o que causou um grande alvoroço na escola.

_ A análise da venda do casarão é, segundo o professor Adalberto Alves, “paradoxal”, pois, apesar da falta de verba e infra-estrutura, existe um sentimento de afeição dos alunos, professores e funcionários com o espaço, não só por conta da importância histórica, evidente na sua estrutura, como também pela própria efervescência cultural e artística da escola.

_ Para o professor Faria, a venda do casarão é uma discussão política que não vai agregar nada para a escola. “Não vão vender a escola. A comunidade não vai deixar. Não há a menor possibilidade. Fecha a questão. Até a casa cair nós vamos continuar aqui”, enfatiza.


_ Em resposta, o chefe de gabinete da Reitoria, Aurélio Lacerda alega que “tensões e polêmicas existem, mas nesse reitorado não há qualquer insistência em se alienar o espaço físico da EBA, essa é uma discussão antiga”. E complementa afirmando que “não existe nenhum projeto em curso, o que não significa que a comunidade não possa discutir sobre o assunto”, declara.


A EBA é antiga, não ultrapassada!

_ Por ser uma escola secular, cuja existência retrata as próprias transformações ocorridas no estado, a EBA está tentando se ajustar à pós-modernidade e a demanda local, começando pela reformulação curricular de todos os cursos.

_ 130 anos é uma idade significativa e não pode ser ignorada pela sociedade baiana. Ainda há muito o que ser superado e dificuldades sempre existirão. Contudo, é importante valorizar as demandas artísticas da cidade. Quem ingressa na dita “área cinco” tem um perfil diferenciado. Não é melhor nem pior, é apenas diferente. Nada melhor do que uma escola responsável em fomentar a arte, que contribua para a consolidação do cenário artístico da nossa cidade e do nosso país.

Estudante da EBA em processo criativo no ateliê da faculdade.


Uma Pincelada no Histórico da Escola.

_As primeiras décadas de existência da EBA descrevem uma fase heróica, quando as ameaças de extinção só foram dizimadas pelo esforço comum, pelas subvenções e graças ao empenho de artistas estrangeiros como: o escultor Joseph Gabrile Sentis, o pintor russo Maurice Grun e o escultor italiano Pascoale de Chirico, autor de inúmeros monumentos em praças públicas de Salvador, um deles é a famosíssima estátua de Castro Alves, um verdadeiro símbolo da nossa cidade.

_ Em 1948, de posse da sede própria, a Escola de Belas Artes incorporou-se à Universidade Federal da Bahia, que só foi possível através do comprometimento do reitor Edgard Santos. Ocupando somente em 1970, o atual Campus Canela, considerado um dos mais expressivos espaços universitários de identidade artística.



Visite o Blog
"As caras da EBA"




sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Arriba, abajo, al centro e adentro!

Hoy és lo dia internacional de hablarse portuñol, denominacíon para la mezcla de portugués con español. La idea és que todos os blogs publiquen algo portuñol neste dia. Lo Blog de la Lupa no poderia ficar de fuera.



Textito de Carlos Oliveira

Aprovechando el Dia de Hablarse portuñol, escribo esta mensaje que es un homenaje a nuestra maestra, que algunos coleguitas teiman en llamar de Grazi...

Hablando serio, pido que mis hermosos colegas puesten (jeje) videozitos. Estamos usando poco este recurso. Textos son bienvenidos, pero, parafrasiando Graci e contrariando la propaganda de la Sprite, "imagen es todo". Principalmente imagen en movimiento. Pensé que podríamos hacer videozitos de dos a trés minutos en el máximo. Me olvidé de la coleguita que pose una filmadora, pero bien que ella podia manifestarse.

Es esto. Podría pasar el día todo enrolando en portunhol, pero confieso que estoy con el cérebro confuso...

Besos e beiços!


Carlos Eduardo Oliveira da Silva é estudante de Comunicação - Jornalismo da Universidade Federal da Bahia.


Visite a comunidade - Mi español es fueda

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Circo Urbano

Nada é capaz de pará-los



Em breve, na Lupa 4


Valerie O'rarah, em breve, na Lupa 4!

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Quem é Scher Marie?


"Já tenho seis anos de carreira. Nunca imaginei estar aqui hoje dando essa entrevista... Trabalhava com carteira assinada, numa corretora de seguro, daí teve corte e eu fui demitida. Aí surgiu uma proposta de fazer uma brincadeira. Eu sempre dizia 'ah, não quero, não sei o quê...', mas terminou que eu vim, fiz e tô aqui até hoje. De uma brincadeira isso aqui virou uma profissão".

Em breve, na Lupa 4, você vai saber quem é Scher Marie.

sábado, 22 de setembro de 2007

O incômodo do silêncio - de Samuel Barros

Mesmo quando me calam, eu falo.
Na palavra reprimida há dor.
Na mordaça comprimida: rancor.
Na verdade escondida: temor.

Mesmo quando me calam, eu falo:
da vida desiludida,
de momentos de partida,
de uma pátria esquecida.

O Choro:
Põe fora a miséria que te afoga a alma.
Não me maltrate com o teu silêncio.
Mesmo que te fechem a boca,
não se limite ao bom senso.

domingo, 16 de setembro de 2007

Fotos

14 de Setembro.

Turma 2007.2 - Lupa 4


Clique na foto para ampliar a imagem.



Em Breve mais fotos e vídeos da Lupa 4.

sábado, 8 de setembro de 2007

Cubo Mágico

A Editoria Cubo Mágico apresenta:

Sub Versão
O Concurso literário da Revista Lupa 4.


Veja a imagem abaixo e saiba como participar

Clique na imagem para visualizá-la em tamanho maior.