sábado, 31 de maio de 2008

Maio de 2001



Há 40 anos o mundo rejeitava o conservadorismo moral. Em maio de 2001 estudantes baianos exigiam um basta no conservadorismo político


Por Filipe Lucio Costa


_Era um dia como qualquer outro, não fosse a estranha movimentação de estudantes no centro de Salvador. Eles chegavam aos montes e das mais variadas partes da cidade. O objetivo era promover uma manifestação contra uma das personalidades mais emblemáticas e sombrias da política nacional. Bloqueando as ruas e entoando gritos de protesto, exigiam a cassação do senador baiano Antônio Carlos Magalhães, envolvido no escândalo da violação do painel eletrônico do senado.
_Temendo a reação da polícia militar, os estudantes haviam decidido seguir até a residência do senador, destino final da manifestação, através de um acesso localizado dentro da Universidade Federal da Bahia, uma área, de acordo com a lei, fora do controle das polícias estaduais. Às 9 horas da manhã, mais de seis mil estudantes estavam concentrados no Campo Grande, um bairro nobre e movimentado, palco das principais mobilizações populares da cidade. Em seguida os manifestantes iniciaram, como planejado, o trajeto por dentro da UFBA, mas logo foram surpreendidos por centenas de policiais militares que, violando a lei, coisa não muito rara, invadiram uma área federal.
_Sete anos depois o dezesseis de maio de 2001, ainda é lembrado pela demonstração de força e coragem do movimento estudantil e pela brutalidade da polícia que sob o comando do então governador carlista César Borges, protagonizou cenas semelhantes aos embates do período da ditadura militar. Armados com revólveres, cassetetes e gás lacrimogêneo, os policiais reprimiram duramente a manifestação e transformaram o campus da UFBA em uma zona de batalha. Em uma comunidade no Orkut, quem participou do protesto relembra os momentos de tensão vividos naquele dia. (
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=1593681). Um vídeo também ajuda a manter vivas na memória as cenas lamentáveis daquele dia: http://www.grifocomunicacao.com.br/imagens/choque.WMV .


Coronelismo - O episódio ilustra uma situação corriqueira no Nordeste, mas impensável e inadmissível em tempos de democracia. Políticos abusam do poder e reprimem qualquer iniciativa de oposição ao seu modo de governar, transformando ações como o protesto do dezesseis de maio, em atos de heroísmo passíveis de graves conseqüências que vão desde ameaças a assassinatos.
_A cena política da região, só agora, passa por profundas mudanças. Sai um sistema político anacrônico e perverso e ganha espaço um espírito democrático. As oligarquias, formadas por famílias que controlam o poder desde o período da ditadura militar e, após a reabertura democrática, conseguiram se manter no comando lançando mão de métodos nem sempre claros, perdem força. O grande representante desse tipo de governo era o político baiano Antônio Carlos Magalhães. ACM, até pouco tempo atrás, controlava grande parte da câmara dos deputados, a maioria das prefeituras da Bahia, inclusive da capital, o governo do estado e as duas vagas da Bahia no senado federal. Um poder que lhe conferia o status de grande líder político.
_ACM despertou paixões e ódios no estado. Assim como possuiu um eleitorado cativo, acumulou uma gama de opositores dispostos a romper, a qualquer custo, com sua hegemonia. Havia motivos para essa divisão. ACM foi um dos apoiadores do golpe militar de 1964 e sua vida política sofreu uma notável e curiosa ascensão durante o período ditatorial. Enquanto apoiava o regime repressor e autoritário, fazia um governo populista, aparentemente, voltado para os pobres, conquistando, assim, a simpatia e admiração desta parcela da população. Sob seu comando, Salvador transformou-se em canteiro de obras e importantes avenidas foram construídas.
_Nas eleições que antecederam sua morte, porém, o império carlista, desgastado e isolado politicamente, sofreu um duro golpe. A seqüência de 16 anos no comando do governo da Bahia foi interrompida pelo seu principal adversário, o candidato do PT, Jaques Wagner. O fim do casamento entre o povo baiano e ACM pegou todos de surpresa, não foi compreendido nem pelo próprio cabeça branca. Após perder a prefeitura de Salvador em 2004, ACM alimentava a esperança de mostrar sua força se mantendo no governo. Não conseguiu.


Realidade x ficção - A forte propaganda utilizada pelo candidato apoiado por ACM não foi suficiente para esconder os pífios indicadores econômicos e sociais. A Bahia apresenta após longos anos sob o comando do carlismo, o maior índice de analfabetos do país, de acordo com pesquisa, recentemente divulgada, feita pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). As más notícias não param aí: o estado é o quarto em número de pessoas que vivem com menos de 80 reais por mês e o que mais precisa de investimentos, entre todos os estados do país, para solucionar a questão da miséria, aponta um estudo de 2001 da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Diante destes dados, motivos não faltam para explicar o recado das urnas. Francisco de Oliveira, sociólogo e ex-professor da USP, diz que "o carlismo já era". Segundo ele, vários fatores contribuíram para a derrocada do reinado de ACM. "A industrialização, a urbanização e o voto obrigatório fizeram com que o carlismo fosse diminuindo aos poucos. Agora todos votavam, não só os subordinados dele. Houve uma melhoria na captação da voz das pessoas, elas foram ouvidas e tendo mais opções acabaram não vendo somente no carlismo a única forma de governo". Ele rechaça a idéia de que o carlismo tenha capacidade de renovação com o surgimento de novos políticos como o neto do senador, o deputado federal mais votado nas últimas eleições na Bahia, ACM Neto, pré-candidato a prefeito da capital. "Não, e não tem mesmo. ACM Neto tem o poder da altura de sua estatura: um anão. Ele não conseguiria montar a mesmo império do avô e por um motivo simples: o tempo para isso acabou".


Moderno - Considerado por muitos como anacrônico no seu modo de pensar a política, ACM não tardou em descobrir que os meios de comunicação, sobretudo os mais modernos, são aliados importantes na luta pela manutenção do poder. Tratou de arranjar concessões públicas de TVs e rádios, a maioria obtida durante a ditadura militar, quando chegou a ser ministro das comunicações do Brasil.
_ACM é o proprietário da principal emissora de televisão da Bahia: a Tv Bahia, afiliada da Tv Globo no estado, é líder de audiência e tem como presidente o filho do senador, Antônio Carlos Magalhães Junior. Além da TV, o grupo fundado por ACM controla mais de 80 rádios em todo o estado e o segundo jornal de maior circulação, o Correio da Bahia, que durante os governos dos aliados à ACM recebeu pomposas verbas publicitárias.
_À exceção da TV, que hoje, por pressões da Rede Globo, adota uma postura mais próxima dos critérios de imparcialidade jornalística, os veículos de comunicação do grupo serviam apenas, até bem pouco tempo, para publicizar os "feitos" do senador e seus aliados políticos e destacar "deslizes" de seus adversários.
_Em 2001, no emblemático 16 de maio, por exemplo, a TV de ACM entrou em conflito com a Rede Globo por não enviar equipes de reportagens para cobrir a repressão policial contra professores e estudantes da UFBA, que protestavam em favor da cassação do senador ACM. A Rede Globo havia solicitado à sua afiliada reportagens sobre o fato, que tinha obtido grande repercussão em outros veículos. A TV Bahia não enviou nem mesmo imagens, as quais a TV Globo teve de comprar da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Na ocasião, a Rede Globo ameaçou não renovar seu contrato com a Tv Bahia. Desde então, a emissora possui uma relativa autonomia e é poupada de intervenções de viés político.
_Talvez por obra do acaso, maio costuma ser um mês propício não só para casamentos como também para revoluções.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Cinema e reflexão histórica


Por Anaísa Freitas e Monique Passos

Esse ano marca, não apenas quarenta anos de um dos períodos mais efervescentes da História contemporânea, como também, quatro décadas do período mais violento da ditadura militar no Brasil. Relembrando a data repleta de simbolismos, os alunos do sétimo semestre do curso de Cinema e Vídeo da Faculdade de Tecnologia e Ciências filmaram, no final de abril passado, o filme 13 de Dezembro. O curta-metragem de 10 minutos, filmado no formato 16mm, retrata, no dia da edição do AI-5 (13 de dezembro de 1968), o cotidiano de diferentes personagens de mundos muitas vezes contrastantes, envolvidos pelo mesmo golpe, mas não atingidos por ele. Propondo ao expectador uma reflexão a respeito da importância da memória coletiva e do passado histórico.
O curta utiliza, como uma de suas locações, o Forte do Barbalho, não apenas por resoluções estéticas, mas por precisão histórica. Descrito muitas vezes como uma representação viva da grandiosidade das construções militares do período colonial na Bahia, o forte, primeiramente batizado como Forte de Nossa Senhora do Monte Carmelo, começou a ser construído em 1630, pelo militar Luíz Barbalho Bezerra, e concluído em 1736. Ao longo de sua existência, a fortaleza desempenhou importantes papéis na História baiana. Foi utilizado como praça de guerra e hospital para coléricos, morféticos e vítimas de varíola entre os anos de 1855 e 1892. Abrigou, ainda, prisioneiros importantes como o professor Estanislau da Silva Lisboa, participante do Movimento dos Malês, em 1835, e durante a ditadura militar, nomes importantes da vida política e cultural da Bahia ,dentre eles os professores Emiliano José, Otton Jambeiro e Arno Brichta. A partir de 18 de maio de 1982, foi entregue á Polícia Militar passando a ser ocupado pelo 7º Batalhão. Tombado pelo IPHAM em janeiro de 1957, o Forte do Barbalho é administrado pelo Governo Estadual desde agosto do ano passado.
O diretor de 13 de dezembro, Daniel Fróes, foi um dos produtores do filme O Flautista, que recebeu menção honrosa no Festival da Lapa. Segundo a produtora do curta – realizado com a contribuição da Bahia Film Comission – Aline Dakowski, 13 de dezembro, além de uma produção audiovisual, é uma reflexão prática e interdisciplinar do trabalho acadêmico, que interage com a sociedade, relembrando e criticando um período histórico tão importante, e mostra o trabalho da novíssima geração de cineastas baianos. O filme deve ser exibido no circuito de festivais e prêmios de cinema universitário ainda este ano.


quarta-feira, 28 de maio de 2008

Revista Lupa no Issuu

Lupa #2

Issuu - You publish

O que é Issuu?
Publique os seus documentos online com preciosa ajuda do Issuu. Revistas, brochuras, catálogos ou outros documentos encontram no Issuu umas das melhores formas de serem disponibilizados online. O envio (upload) é relativamente simples e rápido e o serviço é inteiramente grátis. A grande vantagem do Issuu relativamente à grande maioria da concorrência é que o produto acabado poderá ser colocado em qualquer site/blog que deseje (incluindo perfis em redes sociais).
A revista Lupa também está disponível no Issuu. Para visualizar, basta clicar em cima de uma das capas que ficam do lado direito desta página.
Enjoy.

terça-feira, 27 de maio de 2008

Meio e Mensagem

O RETRATO DE UMA BOLÍVIA POPULAR





Por Antonio Pita


_Uma câmera na mão e uma dúvida na cabeça: o que há (?) de verdade nas informações divulgadas pela grande mídia sobre a ascensão ao poder dos movimentos sociais latinos?

_Assim começou a jornada de um grupo de jornalistas baianos recém-formados rumo à Bolívia, em 2007. Por 40 dias, os colegas Vítor Rocha, Ricardo Sangiovanni, Mateus Damasceno, Lucas Santana e Tássia Novaes percorreram cidades bolivianas acompanhando a organização e as idéias dos movimentos de cocaleros e mineradores que apóiam o presidente Evo Morales.

_O fim (ou recomeço) da jornada será celebrado nesta quinta-feira, durante o lançamento do vídeodocumentário Bolívia: para além de Evo Morales, no Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM), a partir das 20h50.

_Fruto da investigação dos jornalistas, o documentário apresenta os movimentos sociais como responsáveis pela ascenção do presidente, e traz ainda uma entrevista exclusiva com Evo Morales, falando sobre a manipulação da informação pelas grandes redes de comunicação.

_ O material produzido durante o Projeto Bolívia também rendeu um
blog e o curta metragem A mina de um povo, apresentado no Festival Imagem em Cinco Minutos, em dezembro do ano passado. O curta, que você pode conferir abaixo, revela a situação atual da mina de Huanuni, a primeira nacionalizada por Morales.


A mina de um povo







_ O lançamento de Bolívia: para além de Evo Morales integra a programação do Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura (Enecult), que acontece de 28 a 30 de maio, na Ufba.

domingo, 25 de maio de 2008

Circo Urbano

Sonhos baianos pelo Oceano Índico



Por Camila A. C. Kowalski

_Voltar de uma viagem nunca é tarefa fácil. É claro que, no começo, você fica superfeliz de estar vendo tanto gente que nem via – e mal falava – há tanto tempo. Mas quando olha ao seu redor, quando vê as condições da sua cidade e do seu país, se questiona se tudo piorou muito ou se você havia sido vítima de uma crise de ufanismo agudo durante o tempo em que passou fora. É verdade, até o menos patriota dos brasileiros acaba idealizando um pouco o país quando viaja. Na Índia, reclamei tanto das ruas sujas, do trânsito caótico, que sequer me lembrei que Salvador não é muito diferente. Já cansei de ver faixa de trânsito acabar sem aviso, de ônibus demorar mais de 1h30 pra passar. E, bem pertinho da minha casa, que supostamente é numa área "tradicional" da cidade, tem alagamento depois de uma chuvinha de 10 minutos e o lixo acumulado na rua (isso inclui também fezes de animais e de humanos muitas vezes) faz o mais resistente cidadão sentir náuseas.

_Mas talvez o mais difícil seja fazer com que as pessoas se adaptem novamente a você. Uma viagem é um aval para moldar sua personalidade aos novos rumos que deseja seguir. Quando está longe de quem conhece sua história, o limite entre o ridículo e o espontâneo se perde e você pode se permitir extravagâncias e atitudes tão diferentes do que você se condicionou a ser, que seus amigos ficariam assombrados de ver. E o difícil é justamente isso – fazê-los se conformarem com a nova pessoa que surgiu e permitirem que ela entre (de novo) no grupo.

_Nos últimos tempos, tenho encontrado pessoas que me perguntam como foi a minha viagem. Fico estática, sem saber direito o que dizer, não vêm palavras à minha mente. Eu passei 2 meses num programa (o Ship for World Youth, ou simplesmente SWY) que ninguém acreditaria sequer que existisse. Simplesmente fui bancada pelo governo japonês (passagens, hospedagem, transporte, alimentação) para fazer um intercâmbio cultural com quase 300 jovens de 14 países, incluindo 10 do Brasil. Além de ficar um tempo no Japão, conhecendo Tóquio e Kagawa (a menor jurisdição japonesa), fui de navio até Cingapura, Omã (pra quem não sabe, é um país do Oriente Médio) e Índia. O processo de seleção é restrito a alunos de universidades federais brasileiras, que tenham bom rendimento acadêmico, estejam acima do 4º semestre e sejam fluentes em inglês.

Nas próximas semanas, tentarei contar um pouco como foi essa experiência. Por enquanto, deixo algumas fotos por aqui.


A recepção que recebi nos lugares onde paramos foi incrível


A verdadeira comida japonesa






Experiência multicultural: visita a um templo budista em cingapura




Sítio arqueológico na índia, perto de chennai




A impressionante paisagem do oriente médio





quinta-feira, 22 de maio de 2008

Meio e Mensagem

O MUNDO INFANTIL NO UNIVERSO DA PUBLICIDADE

Por Anaísa Freitas e Monique Passos

_Duas crianças jogam para conseguir mais biscoitos, e uma delas trapaceia e consegue ganhar da outra. Por mais improvável que pareça, essa narrativa foi parte de uma propaganda de biscoitos. Peças publicitárias como essas incitam grandes discussões e lançam a pergunta: afinal, é ético fazer propaganda para crianças? Para a psicóloga do projeto Criança e Consumo, Laís Fontenelle Pereira, não, pois “nos dias de hoje a criança aprende, desde muito cedo, através da comunicação mercadológica dirigida a ela, valores distorcidos do tipo: para ser é preciso ter”, explica.

_Outro fator agravante na publicidade dirigida ao público infantil, na opinião da psicóloga, é o fato de que a propaganda utiliza personagens e elementos do universo infantil, para um público poucas vezes capaz de distinguir isso. De acordo com Pereira, dentre as conseqüências do investimento maciço em publicidade infantil estão: incidência alarmante de obesidade infantil, a violência, a sexualidade precoce, o materialismo, estresse familiar e o desgaste das relações sociais.

_Para Tiago Rezende, publicitário da Leiaute Comunicação e Propaganda ltda., o que existe é uma tentativa de “demonização” do papel da publicidade. Para ele, a sociedade não é reflexo dos valores veiculados pela propaganda, e sim, o inverso. Além disso, Rezende entende que a criança não tem poder de compra, mas lamenta que comerciais como o descrito nas primeiras linhas dessa matéria passem pelo CONAR (Conselho de Auto-regulamentação Publicitária).
_Doutor em Educação pela UFBa, César Leiro, compreende o papel que as mídias têm no universo infantil e teme pelo seu banimento. Para ele, pais e educadores devem propor a esse público uma alternativa crítica de recebimento desses anúncios publicitários. “A partir disso, a criança aos poucos, respeitando seu tempo e sua capacidade, passa a construir um grau de autonomia aos apelos publicitários”, assegura Leiro.

_Regrar crianças e seus maus modos, quando exigem a compra de um produto na marra, limitar o poder de atuação das empresas publicitárias e capacitar educadores para o diálogo com os pequeninos, essas talvez sejam alternativas para barrar nas crianças a absorção inconsciente do anúncio embutido nos programas infantis.


Hyundai Santa Fé - Comercial TV

_Este comercial, já banido na Nova Zelândia, é um claro exemplo de publicidade abusiva, pois transmite valores distorcidos, estimula a criança, futuro adolescente, a agir de forma a colocar em risco a sua própria segurança, além de incitar a transgressão da Lei de Trânsito.

terça-feira, 20 de maio de 2008

Revista e Blog da Lupa na Expocom Nordeste!


Entre 12 e 14 de junho acontece, em São Luís do Maranhão, o Intercom Nordeste. É o grande encontro regional da área de comunicação, promovido pela Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação. Durante o evento acontecem mesas-redondas, grupos de trabalho e a mostra competitiva Expocom.

O que é a EXPOCOM?
É a Mostra Digital e Seminário da Pesquisa Experimental em Comunicação. Falando de forma mais clara, cada faculdade de comunicação pode apresentar seus melhores produtos e experiências estudantis como jornais, revistas, campanhas publicitárias, blogs. Um júri qualificado assiste às apresentações e aponta a iniciativa mais interessante.

Tanto a revista Lupa, quanto o seu blog, estão inscritos este ano. A primeira na categoria B1.1 Jornalismo - Processo - Impresso concorrerá com mais oito produtos, entre jornais, revistas e livros-reportagens. O blog, por sua vez, na nova categoria E.1.4 Área Emergentes - Processo - Digital, concorre com o site Salada Eletrônica, do Rio Grande do Norte.

Os cinco vencedores regionais de cada categoria ganham a oportunidade de concorrer no Expocom Nacional, que ocorre também durante o Intercom Nacional, este ano na cidade de Natal, no Rio Grande de Norte.

Desde 2007 os alunos da Facom-UFBa se mobilizam para divulgar o evento e em 2008 houve inscrição recorde: 14 produtos divididos entre as cinco áreas. Três produtos em Audiovisual, quatro em Jornalismo, um em Publicidade, dois em Relações Públicas e quatro em Áreas Emergentes irão representar nossa faculdade em São Luís.

sábado, 17 de maio de 2008

Basta de rosarios en nuestros ovarios

Clique na imagem para ampliar

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Lupa Entrevista

Exclusivo!

BLOG DA LUPA ENTREVISTA O ASSASSINO DOS LACTOBACILOS!

Por Amanda Luz


"Manheeeê, tem lactobacilos vivos no meu Yakult!" O Instituto Lupa de Pesquisa, após mais de 20 anos de estudos apuradíssimos (e secretos), atesta: 10 entre 10 crianças ficam intrigadas com o “contém lactobacilos vivos” do Yakult. Quando crescem, no entanto, a frase parece não surtir mais tanto efeito nas mentes e coraçõezinhos dos amantes de Yakult. Exceto, entretanto, na mente de um destes.

Se existem aqueles adultos que gostam de prolongar a infância, o publicitário paranaense Tiago Lenartovicz é um deles. Com sua imaginação fértil, Tiago não só não esqueceu a dúvida existencial que percorreu sua infância, como foi além: criou um projeto para o curso de pós-graduação baseado nos tais “lactobacilos vivos”. O resultado é um vídeo hilário que tem feito sucesso entre youtubianos de todas as faixas etárias. (veja post anterior aqui no Blog da Lupa)

Em um bate-papo virtual, o criador de A Morte dos Lactobacilos Vivos – Live Lactobacillus Dead conta mais detalhes sobre o projeto e traça planos para o futuro.

Confiram a entrevista com aquele que tem ameaçado a soberania da flora intestinal (ok, os iogurtes ainda são os suspeitos principais):



BLOG DA LUPA: Como foi que surgiu a idéia desse projeto?

TIAGO: O vídeo foi realizado para o curso de pós-graduação de mídias interativas na Unopar (Universidade do Norte do Paraná). Tive que fazer um material áudio-visual e pensei em um trailer. Eu, desde pequeno, ouvi a história de “lactobacilos vivos” e isso sempre me intrigava, “como é que tem coisa viva nesses potinhos?! E se eles morressem?” Isso ficou, e aí então surgiu como tema para o trailer.

BL: Você teve alguma ajuda na elaboração do projeto ou das cenas?

TIAGO: A elaboração foi feita por mim. Para a montagem dos personagens, tive referências da toy art, como cores e traços. Para os cenários e iluminação, fui usando tudo que tinha em casa. Tive ajuda da minha irmã, Juliana, no processo de dublagem, ela fez a voz feminina. Eu até tentei fazer, mas ficou parecendo travesti, não ficava legal (risos)...

BL: Uma das características que podemos destacar aqui seria a grande riqueza de detalhes, tanto na caracterização e cenários, quanto no roteiro. Quanto tempo levaram as filmagens?

TIAGO: Pelo projeto ter sido para o curso que fiz, tive que cumprir um prazo determinado, que foi curto e só tive tempo livre pra me dedicar a isso à noite. Então, entre o processo de elaboração do roteiro até a edição final, creio que duas semanas.

BL: O que foi mais difícil no processo de produção?

TIAGO: A edição foi complicada, porque eu nunca havia feito um trabalho de edição mais completo, sabia pouca coisa, o básico mesmo... Apanhei um bocado, mas no fim deu tudo certo.

BL: Quanto ao inglês "tosco", intenção ou acidente?

TIAGO: Acho que esse é o comentário mais feito sobre o vídeo... Então, o inglês é proposital! A idéia inicial era de fazer algo para ser legendado. Pensei em um idioma próprio para os personagens, fiz um teste, mas o som ficava muito evidente, poluía a cena... Então optei pelo inglês. Fiz de forma superficial e com erros, sem intenção de ser exato, como mais uma forma de sátira aos trailers americanos.

BL: Quase 200 mil pessoas assistiram ao vídeo no Youtube, além de já terem sido publicadas matérias na página de Cultura e Lazer do Estadão e no Blog da Superinteressante. Como está a repercussão? Já está rolando algum convite ou há algo em vista?

TIAGO: Pois é, não esperava que houvesse essa repercussão toda. Fico muito surpreso em ver mais e mais pessoas comentando, elogiando o vídeo e matérias surgindo. Agora em relação a convites, estou estudando uma proposta pra posar nu (muitos risos) Brincadeira, não põe isso não! (risos) Na verdade, não tive nenhum contato relacionado ao lado profissional, seria muito bom se tivesse, se alguém se interessasse. Posso divulgar o e-mail? Então, ó: lactobacillusproject@gmail.com

BL: Por fim, haverá ou não, o tal filme que o famoso trailer faz propaganda?

TIAGO: Recebo muitos e-mails e recados pelo Orkut com essa pergunta e pedindo o filme. A verdade é que eu não tinha a intenção, mas estou pensando em algo como uma série... As pessoas criam expectativas com o que já foi feito, e pode haver um risco de não corresponder com algo novo. Por isso, só farei algo quando montar um projeto bom, que possa ser tão bacana quanto esse. Mas, assim que houver novidade, eu aviso pra que vocês possam ajudar na divulgação!