segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Jornalista precisa de diploma?

Por Joseane Bispo


Com a proximidade do julgamento marcado para este segundo semestre, pelo Supremo Tribunal, a discussão sobre a importância da faculdade de jornalismo está cada dia rodeada de polêmicas. Afinal, jornalista precisa ou não de diploma?

Enquanto o Supremo Tribunal Federal (STF) não julga o Recurso Extraordinário nº. 511961, que pode acabar com a obrigatoriedade de formação específica para jornalista, alguns setores da sociedade discutem o mérito da questão. São jornalistas, sindicalistas, advogados, juristas, empresas concessionárias de TV e rádio, entre outros, que se posicionam contra e a favor do diploma obrigatório.

De um lado, a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), intensifica as lutas em defesa dos jornalistas e do jornalismo no Brasil. Através da campanha “Jornalistas por formação – melhor para o jornalista, melhor para a sociedade”, com mobilizações pelo site, por meio de atos públicos em várias cidades e de cartas enviadas a magistrados e parlamentares.

Do outro, empresas concessionárias de TV e rádio e alguns veículos de comunicação como a Folha de São Paulo, que embora não estejam diretamente envolvidos em uma campanha de convencimento da população, demonstram na prática seu posicionamento, contratando para cargos de natureza jornalística pessoas sem formação específica na área. Outra entidade que defende a não-obrigatoriedade do diploma é a Associação Nacional dos Jornais (ANJ), que declarou por meio de assessoria, que considera importante uma boa formação do profissional de jornalismo, mas não que o melhor profissional é o que tem diploma.

Os contrários à exigência do diploma no Brasil, têm como o principal argumento a declaração de princípios da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), que considera a exigência do diploma para o exercício da profissão de jornalismo uma violação à liberdade de expressão, outra questão é o fato de que, segundo a OEA, para se exercer a profissão em países como Alemanha, Austrália, Espanha, Estados Unidos, França, Inglaterra, Irlanda, Itália, Japão e Suíça, não há a obrigatoriedade da formação superior em jornalismo.

Já o doutor em Ciências Sociais e professor da Universidade Federal de Sergipe (UFS), José Ramalho Rodorval, argumenta que ao contrário do que acontece com o exercício da medicina ou arquitetura, o ofício de jornalista, assim como o de economista e sociólogo não conferem riscos à vida humana, “Não há nada no jornalismo que não se aprenda com o cotidiano das redações. Com ou sem diploma, todo mundo aprende o ofício na prática”, afirma.

Opinião contestada pelo doutor em Comunicação Social, Josenildo Guerra, que defende a grande responsabilidade da profissão, que segundo ele, assim como médicos e arquitetos, o jornalista necessita sim de uma formação específica, “Uma informação incorreta divulgada não prejudica apenas a reputação do jornalista, mas afeta toda a sociedade e seu direito de receber informações de qualidade”, reforça.

A Federação Nacional dos Jornalistas, segue defendendo “Nossa posição é reforçar a questão do diploma e incluir a função de assessoria de imprensa como atividade exclusiva de jornalistas, o que ainda não está previsto na regulamentação atual”, declara o diretor da Federação, José Carlos Torves. A Fenaj tem tratado as discussões dentro do GT do Ministério do Trabalho como uma atualização das regras instituídas em 1969.

O sindicato da Bahia, como os de todos os estados do país, apóia a campanha lançada pela (FENAJ), que para se fortalecer ainda mais, lançou o livro “Formação Superior em Jornalismo: uma exigência que interessa à sociedade”, editado pela própria Federação, com conteúdos que resgatam a história da luta que conquistou a inclusão da obrigatoriedade da formação universitária na regulamentação profissional.

A regulamentação profissional do jornalismo brasileiro ocorreu em 1938. Na década de 40, surgiram os primeiros cursos de jornalismo, mas foi somente a partir de 1969, devido a fortes pressões profissionais, que a exigência da formação superior passou a valer efetivamente. Nesse período, muitos foram anversos a essa determinação, incluindo jornalistas e proprietários de jornais. Desde então, a defesa pelo fim da exigência continuou ao logo dos anos.

Para todos os estudantes de jornalismo do Brasil, a melhor opção é aderir à campanha na defesa do diploma, afinal, a Universidade oferece o suporte teórico necessário para a melhor compreensão e interpretação da estrutura política, econômica e social da realidade que cerca o profissional. É claro que, somente os conhecimentos teóricos não são suficientes, os suportes técnicos, também são necessários para a boa formação de um jornalista, o ideal é que se concilie os dois princípios.

domingo, 14 de dezembro de 2008

Passepartout

No samba da minha terra todo mundo bole...
por Rebeca Caldas


Baiana que entra no samba
Só fica parada
Não canta, não samba, não bole nem nada
Não sabe deixar
A mocidade louca

Baiana é aquela
Que entra no samba de qualquer maneira
Que mexe, remexe,
Dá nó nas cadeiras
E deixa a moçada com água na boca




A primeira semana de dezembro (01 a 04/12) foi dedicada à celebração do Samba em Salvador, que uniu as festividades do Dia do Samba (02/12) às celebrações do Dia de Santa Bárbara (04/12), no Pelourinho.

Segundo informações do Jornal A Tarde (publicação do dia 02/12), há uma tradição desde 1972, em que vários músicos se reúnem para celebrar o Dia do Samba. Nesse ano, a homenagem foi ao sambista Paulinho da Viola, com apresentação de mais de 30 músicos numa só noite.

O baiano tem mesmo que comemorar. Afinal de contas, apesar de a popularização do samba ter acontecido no Rio de Janeiro, foram ex-escravos baianos, posteriormente trabalhadores urbanos da Cidade Maravilhosa, no período do Segundo Reinado - em meados do século XIX - que criaram essa riqueza cultural na cidade em que a Corte se alojava.

Apesar da saída da Bahia, os negros desta terra levaram consigo a cultura e os costumes que viviam por aqui. A comunidade de negros e mulatos, buscando criar uma identidade que se adequasse no novo quadro social, se agrupava em espaços próprios, resgatando seus cultos aos santos, seus ritos percussivos, suas danças ancestrais. Entre esses lugares, destaca-se o terreiro de Tia Ciata, freqüentado por músicos como Donga e Pixinguinha, citada pelo pesquisador Luiz Tatit, que destacou o sincretismo que agregava as classes sociais e as manifestações culturais do período:

Além do terreiro, a moradia dispunha de outros cômodos de fundo, nos quais se executavam os sambas de diversão talhados para os passos de dança, mas já contendo versos improvisados – espécie de versão profana dos antigos cantos repensoriais – que aos poucos iam se fixando (TATIT, 2004, p.31).

Nesse momento, as famílias tradicionais brincavam o entrudo, celebração fortemente ligada ao período abstinencial imposto durante o período da Quaresma, na qual os participantes molhavam-se e sujavam-se uns aos outros. Com o crescimento da população e a diversificação das camadas sociais, a festa tomou uma dimensão coletiva, era o carnaval.

Para se inserir na festa, a nascente classe média, sem condições de armar carros alegóricos, criaram os ranchos carnavalescos, uma adaptação dos Ranchos dos Reis Nordestinos, estilizados por baianos, moradores da Zona da Saúde. Sobre isso, José Ramos Tinhorão afirma:

Ora, nesses ranchos, onde se cantavam em marcha as quadras e as solfas mais populares entre os negros da Bahia, também se “arrojava o samba”, isto é, também se incluía um ritmo e um sapateado que nada mais eram do que uma estilização da vigorosa coreografia do batuque. (TINHORÃO, 1997, p.18).

Com a utilização dos meios de comunicação, como o rádio, e sistemas de registro e gravação de obras musicais, o samba foi logo apropriado por profissionais da classe média, sendo então hibridizado com outros estilos musicais, com o jazz e elementos de orquestras. Dessa mistura, já na década de 1930, havia diversos tipos de samba: samba de morro, samba de gafieira, samba-canção, samba-exaltação, samba-choro. Além disso, surgiu um estilo musical que daria ao Brasil grande representatividade internacional: a Bossa-Nova.

O samba faz parte do repertório de grandes cantores da música brasileira, como Dorival Caymmi, Ary Barroso, Chico Buarque de Holanda. E continua influenciando diferentes expressões musicais e assumindo várias nomenclaturas e características, de acordo com o lugar e o grupo que se apropria. No carnaval do Rio de Janeiro e São Paulo, as escolas de samba são as responsáveis pela festa. Os tradicionais Paulinho da Viola e Benito de Paula ainda inspiram muitos sambistas por aí.


No resto do ano, tem samba para tudo quanto é gosto: samba de quintal, com representantes como Zeca Pagodinho, Beth Carvalho, Martinho da Vila, Jorge Aragão. O samba partido alto revelou as bandas Revelação, ExaltaSamba, Raça Negra. Jorge Benjor e Seu Jorge defendem o samba-rock O pagode, também vertente do samba, está em alta. Pelo Sudeste, o pagode romântico faz sucesso com Alexandre Pires, Belo, Sorriso Maroto. E ainda tem um pessoal que está começando a aparecer na MPB, como Tereza Cristina e Grupo Semente e Mart’nália.

Mas a gente gosta
Quando uma baiana
Requebra direitinho
De cima em baixo
Revira os olhinhos
E diz:
"Eu sou filha de São Salvador"

Mas o samba não foi esquecido por aqui. Pelo contrário, em Salvador, nas esquinas do Pelourinho, no Garcia, na Piedade, Mercado Modelo, Dique do Tororó, é possível ouvir o som dos pandeiros a embalar a cidade. Infelizmente, não conheço todos os lugares, mas tenho certeza que os moradores da Liberdade; Itapuã; Nordeste de Amaralina, com seus sambas juninos; os que vivem na Cidade Baixa e nos bairros do Subúrbio também sabem cantar e tocar essa música que contagia os quatro cantos da cidade. No interior, a rica cultura do Recôncavo nos presenteou com o samba de roda, o samba de chula, o samba corrido.

Os cantores mais tradicionais, como Riachão e Nelson Rufino ainda celebram o samba junto com a nova geração. Mariene de Castro, Jota Veloso e Sandra Simões estão conseguindo visibilidade, e cantam samba do recôncavo. Entre as bandas de partido, destacam-se Bambeia, Samba de Cozinha, Pagode em Família, entre outros. Há algumas bandas que mais estão relacionadas à classe média, como Batifun e Samba Eu, Você e Sua Mãe.

A grande indústria da música baiana também se serviu da diversidade do samba, lançando no mercado uma quantidade enorme de bandas e cantores de pagode: É o Tchan, Harmonia do Samba, Psirico, Guig Ghetto, Fantasmão. E o que dizer dos blocos afros, como o Muzenza, o Olodum, o Ilê Aiyê, a Dida? Estes são os que popularizaram o samba-reggae.

É pena que esta que escreve sabe muito pouco sobre o samba. Mas uma coisa não dá para negar. A gente tem mesmo muitos motivos para comemorar!

Quem não gosta de samba
Bom sujeito não é
É ruim da cabeça ou doente do pé
Eu nasci com o samba
Do samba me criei
E do danado do samba nunca me separei


Referências:

TATIT, Luiz. O século da canção. Ateliê Editorial. Cotia, 2004
TINHORÃO, José Ramos, 1928 – Música popular: um tema em debate / José Ramos Tinhorão; 3ª edição revista e ampliada. São Paulo: Ed.34, 1997.

http://www.gastronomias.com/cronicas/entrudo.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Bloco-afro

http://www.rosanevolpatto.trd.br/sambabrasil.htm

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

É hora de pesquisa?

Quem será o novo presidente?
José Serra: Liderança antecipada.Heloísa Helena: Bom início nas pesquisas Dilma Rousseff: Na cola de Lula.
Ciro Gomes: Não desiste nunca!
Aécio Neves: Tem vaga pra ele?

Circo Urbano
Por Victor Soares

_Ainda faltam quase dois anos para as eleições presidenciais, que ocorrerão em Outubro de 2010. Apesar da distância temporal, o Instituto Datafolha já faz pesquisas de intenção de voto para o futuro presidente do Brasil.
_Em pesquisa divulgada nesta segunda-feira (08) o provável candidato José Serra (PSDB), atual governador de São Paulo, aparece na liderança. Em seguida surge o deputado federal Ciro Gomes (PSB), a ex-senadora e vereadora eleita de Maceió, Heloísa Helena (PSOL) e a "queridinha" do presidente Lula, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT).
_Serra tem 41% da preferência do eleitorado, enquanto Ciro possui 15%, Heloísa Helena 14% e Dilma Roussef apenas 8%. Vale registrar que a última subiu de 3% para 8%, desde a última pesquisa feita em Março de 2008. Muitos ainda estão indecisos ou afirmam que irão votar em branco ou nulo. Esse quadro é composto por 21% do eleitorado. Os indecisos são 9% e os que preferem votos brancos e nulos somam 12%.
_Em uma semana que o presidente Lula apresentou 70% de aprovação popular, parece muito cedo para afirmar que a sua candidata chegará em útlimo lugar na corrida eleitoral. Lula bateu todos os recordes de popularidade desde a reabertura política brasileira. Todo esse carisma "lulista" deve servir de base para alavancar a campanha de Dilma Rousseff, que poderá ser a primeira mulher a governar o Brasil.
_O governador paulista ainda disputa internamente a candidatura com o seu companheiro de partido, o tucano e governador mineiro, Aécio Neves. Na mesma pesquisa do Datafolha, quando Aécio Neves é o candidato tucano fica atrás de Ciro Gomes e até de Heloísa Helena.
_Tudo indica que Serra será mesmo o candidato do PSDB. Mas, como a política brasileira é bastante volátil, temos que esperar para ver. Essas pesquisas antecipadas pouco têm de concreto, mas o fato é que elas existem. Qual o sentido delas? Cabe ao leitor tirar suas próprias conclusões.

domingo, 7 de dezembro de 2008

O __MAIOR__ panorama de filmes da Bahia

Meio e mensagem/passepartout
por julien karl

Dia dez, na sala Walter da Silveira, dentro da programação das quartas baianas, acontecerá o lançamento do site: http://www.filmografiabaiana.com.br/. O site pretende ser um catálogo de todos os filmes já desenvolvidos em nossa terra sem importar o gênero, formato ou caráter comercial. Os próprios idealizadores definem o projeto como o maior panorama de filmes baianos que já existiu. Antigamente as tentativas de mapeamento dos filmes feitos no estado eram esparsas e limitas a um recorte temporal ou programático. Desta vez, o levantamento, está sendo realizado pelo DIMAS (Departamento de Artes Visuais da Fundação Cultural do Estado da Bahia) e objetiva apresentar uma visão geral sobre a filmografia baiana . Para isso, concentrou-se em coletar informações básicas sobre a maior quantidade possível de filmes produzidos no estado.
.
A iniciativa é simplesmente indispensável para um estado do porte do nosso e importantíssima para os estudantes e pesquisadores interessados na área. Em um primeiro momento, neste ano de 2008, foi realizada a catalogação de informações fundamentais de todos os filmes possíveis realizados na Bahia. Na segunda fase do projeto, a ser realizada em 2009, os créditos completos dos filmes serão apresentados junto com fotos, cartazes, críticas e artigos de jornais.


Alguns filmes já têm uma série de dados disponíveis no site como o desenho animado Boi Aruá de 1984 dirigido por Chico Liberato e montado por Tuna Espinheira. “Superoutro”de 1989 narra a história de um louco de rua que enfrenta a realidade das ruas fantasiando ser um super-herói e é interessante de ser conhecido ainda que somente através da sinopse. Por falar nisso, é preciso não somente catalogar e também propiciar uma maneira de exibir para o grande público essa produção. Afinal, os filmes são feitos para serem vistos (há milhares arquivados, outros tantos mofando e grande parte dos exibidos fica curto tempo em cartaz).


Meio e Mensagem

De brincadeira com a publicidade
por Nelson Oliveira

_ O modo de fazer publicidade que temos há algum tempo nos acostumou com o fato de que os anúncios mais legais são aqueles que tem alguma piadinha no meio. Dessa forma, os publicitários tentam nos aproximar dos produtos que vendem através da cumplicidade do sorriso.

_ Mas e quando os próprios publicitários fazem piadas com o "fazer publicidade"? O Loser's Archive, criado a cerca de dois anos, é um blog que escolhe anúncios ruins e os critica de forma humorada. Para as duas publicitárias que mnatêm o blog e preferem não se identificar, as piadas são apenas um modo de "fazer uma crítica à má publicidade, sem 'difamar' ou prejudicar ninguém". O nome do blog é oriundo de um trocadilho com o Lürzers Archive, site que reúne os anúncios mais criativos do meio publicitário. Para mostrar que são boas de trocadilhos, a mais recente postagem do blog trouxe uma boa dose de infâmia.

"E qual foi a bandeira deste ano? 2000 e 8dobem?"

_ Seguindo outra linha, o Worth1000.com, especialziado em concursos de modificação de imagem pelo Photoshop, realizou há algum tempo, um concurso para criação de anúncios bem humorados. A idéia era reunir marcas famosas a pinturas consagradas. O resultado pode ser conferido aqui. Abaixo, uma mostra do que foi feito.

"Nokia. Conectando pessoas desde o início"

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Passepartout

Chico Pinheiro no TCA
Por Paloma Ayres


Foto: Dani Gurgel

_O músico foi uma das atrações de ontem, dia 04/12, da oitava edição do Mercado Cultural, que começou no dia 03 e vai até o dia 07 de dezembro desse ano. A noite teve a abertura do quarteto venezuelano C4, às 20h30 e o show de Chico começou às 21h, acompanhado de sua banda, composta por Tiago Costa no piano, Marcelo Mariano no baixo, Edu Ribeiro na bateria e das cantoras Luciana Alves e Tatiana Parra.

_Chico Pinheiro, guitarrista, compositor e arranjador, tem 33 anos, nasceu em São Paulo e é um dos nomes mais expressivos da música brasileira contemporânea. Com formação na Berklee College of Music, em Boston, Pinheiro já lançou 3 CDs: “Meia Noite Meio Dia” (Sony, 2003) - com participações de Luciana Alves, Lenine, Ed Motta, Chico César (parceiro em composições) e Maria Rita; “Chico Pinheiro” (Biscoito Fino, 2005), aclamado por imprensa e público e considerado um dos melhores cds do ano pela Folha, Estadão e O Globo, com participações de João Bosco, Luciana Alves e Tati Parra e “Nova” (Buriti, 2007), realizado em parceria com o guitarrista e compositor americano Anthony Wilson, sendo lançado no Brasil e Estados Unidos. Sua música reúne elementos da MPB e do Jazz e divide parcerias com Aldir Blanc, Paulo César Pinheiro, José Miguel Wisnik e Guile Wisnik.

_Depois de uma turnê que passou por Los Angeles e Califórnia (EUA), Rio de Janeiro e São Paulo, a Bahia recebe Chico Pinheiro pela segunda vez, tendo se apresentado na Sala do Coro em setembro de 2005. O show, que durou em torno de 1h (poderia ter durado um pouco mais), incluiu, em seu repertório, músicas como “Popó”, “Se Depender de Mim” e “Essa canção”. Pela primeira vez no Mercado Cultural, Pinheiro se mostrou entusiasmado em participar do evento. “Eu acho o Mercado Cultural fantástico, sensacional, porque a gente precisa desse intercâmbio cultural para evoluir. Quando morre essa troca, morre a evolução, da música, de artes plásticas ou do que quer que você faça”.

_O músico acredita que eventos como o Mercado tornam possível o conhecimento do trabalho de outras pessoas de vários lugares e, sendo o evento na Bahia, tem um caráter especial pela efervescência musical. do Estado. "O Mercado Cultural trouxe músicos de fora, da América, isso ajuda a gente conhecer pessoas, como o grupo C4 e essa coisa do intercâmbio, aqui na Bahia, é ainda mais especial, porque é um lugar ultra musical. Para mim é uma honra”, afirmou o músico à equipe de reportagem, que presenteou Pinheiro com um exemplar da Revista Lupa (vide fotos), ao que ele elogiou: "Que linda a capa da revista, muito bem cuidada...". Para saber mais sobre Chico Pinheiro, acesse o Site Oficial ou seu Myspace.


Chico Pinheiro autografando um CD. Foto: Lusiane Palma.



Entrevistando o músico. Foto: Lusiane Palma.


Chico Pinheiro elogia a capa da Lupa. Foto: Lusiane Palma.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Juntar para Espalhar


Por Raíza Tourinho

_Foi dada a largada para mais um edição do mercado cultural. Iniciado em 2001, o mercado cultural está em 8ª edição e contará com diversas participações artísticas, tanto locais como Leitires Leite e Ronei Jorge e os ladrões de Bicicleta, como artistas internacionais, oriundos principalmente de países latino-americanos. O evento começou hoje e durará até o dia 07 de Dezembro, acontecendo em locais como o TCA e a Pça Pedro Arcanjo, no Pelourinho.
_ O mercado cultural funciona como um mercado no sentindo denotativo do mesmo, é um lugar onde as pessoas trocam coisas, no caso o nome é auto-explicativo, local onde se "troca" culturas. Com o tema "Juntar para Espalhar", o mercado apresenta diversas modalidades de artes que vão desde lançamentos de livros a mostras de música e exposições visuais. Quanto ao lema a própria home page do evento explica: é uma expressão que visa "definir o próprio Mercado, referindo-se à intenção de juntar (promover encontros, transmissão de conhecimentos e troca de experiências) e espalhar (construir intercâmbios, distribuir a produção, trabalhar em rede). Tudo isso sob a aura de um projeto que nasceu com a missão de sistematizar, promover e distribuir trabalhos autorais de qualidade, representativos da produção artística independente".
_O preço é o que mais agrada, os ingressos custam R$8 a inteira, salvo eventos de entrada franca. Tudo para se adaptar a tempos de crise global, como conta ao A Tarde o organizador Ruy Cesar, o mercado ainda está “com uma versão compacta, adequada à nossa realidade econômica atual. O mercado sempre tem uma mutação nesse sentido. Às vezes ele se expande mais pela cidade, outras vezes menos”.
_ A crise atrapalhou também na hora de prospecção de clientes, a Petrobrás, antiga parceira do projeto, até o momento não se pronunciou sobre o patrocínio. O que prejudicou, de certa forma, a expansão do projeto "
Muitos trabalhos de excelente qualidade ficaram de fora em função do elevado número de boas propostas e da impossibilidade de abarcar mais artistas este ano, em razão das dificuldades com o patrocínio", conta a home page.
_ Bem, agora você já tem um ótimo motivo para abandonar seu sofá neste final de semana.

Baixe a progamação completa do evento.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Vivendo numa bolha

por Mariana Almofrey Nogueira


Ontem foi o Dia Mundial de Luta Contra a Aids. Com o intuito de chamar atenção para a realidade de preconceito e estigmas que sofrem os portadores do vírus HIV, o Programa Nacional de DST e Aids realizou uma intervenção urbana, “O preconceito isola”.

Uma grande bolha transparente foi montada na Praça dos Três Poderes – em Brasília. Ao longo de todo o dia, um jovem ficou dentro dela, isolado das pessoas que estavam no ambiente externo.

Na base da bolha podia-se ler os dizeres do jornalista e sociólogo Herbert Daniel, que morreu no ano de 1992 em decorrência da Aids: “Há uma coisa dentro de mim, contagiosa e mortal, perigosíssima, chamada vida, lateja como desafio”.

De acordo com o site http://www.aids.gov.br/, a decisão de transformar o 1º de dezembro no Dia Mundial de Luta Contra a Aids foi tomada em outubro de 1987 pela Assembléia Mundial de Saúde – com apoio da ONU.

A data é adotada no Brasil desde 1988. A intenção é que ela sirva como um reforço a solidariedade, a tolerância, a compaixão e a compreensão com as pessoas infectadas pelo HIV.


O laço vermelho é visto como símbolo de solidariedade e de comprometimento na luta contra a Aids. O símbolo – criado em 1991 pela Visual Aids – foi escolhido por remeter a sangue e à idéia de paixão. Ele foi usado (publicamente) pela primeira vez no prêmio Tony Awards, pelo ator Jeremy Irons.

No Brasil, o tema da Campanha do Dia Mundial de Luta Contra a Aids deste ano tem como público alvo os homens acima dos 50 anos. Ela foi lançada no dia 25 do mês passado pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão e tem como slogan: “Sexo não tem idade. Proteção também não”.

A maioria dos casos de Aids ainda está concentrada na faixa etária de 25 a 49 anos. No entanto, a campanha é pertinente porque a taxa de incidência entre pessoas acima dos 50 anos dobrou entre 1996 e 2006 – passando dos 7,5 casos por 100 mil habitantes para 15,7.

No site do Programa Nacional de DST e Aids, há uma página específica para a divulgação de notícias relacionadas aos eventos do Dia Mundial promovidos nos estados, municípios e organizações da sociedade civil.
Além de Brasília, algumas cidades brasileiras como, por exemplo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Manaus e Pernambuco organizaram intervenções para marcar o dia – que foi lembrado em vários países.
Em outras cidades da América Latina foram realizadas atividades – como manifestações, apresentações artísticas, fóruns, campanhas de comunicação, concursos e realização de provas rápidas voluntárias de HIV.
O diretor regional da Unaids para a América Latina, César Antonio Núñez declarou ontem que apesar dos grandes avanços no tratamento não se pode assegurar que a epidemia esteja controlada.

Prostituta indiana participa de caravana pelo Dia Mundial de Combate à Aids em Calcutá, na Índia


Em Jacarta, na Indonésia – onde se estima que nos últimos seis anos tenham ocorrido 150.000 novos casos da doença – ativistas participaram de uma campanha contra o vírus da Aids.

Na Europa a porcentagem de população infectada pelo HIV quase duplicou entre 2000 e 2007, segundo dados divulgados ontem pelo Escritório Regional para a Europa da Organização Mundial da Saúde (OMS).

A morte pela paz

Por Raíza Tourinho

_Que as mulheres vão revolucionar o mundo ninguém mais duvida (creio eu). Mas, as mulheres de Papua Nova Guiné estão tomando soluções drásticas para trazer paz ao sua região. Segundo a BBC, elas estariam matando seus próprios filhos do sexo masculino para encerrar a guerra tribal que já dura mais de 20 anos.
_Uma das aldeãs admitiu que a morte dos bebês é um crime bárbaro, mas alegou que essa era a única maneira que as mulheres tinham para tentar acabar com o conflito. Elas estariam tendo dificuldades para conseguir alimentação além da tristeza em ver seus homens morrerem na guerra.
_O que nos leva a refletir sobre a essência dos direitos humanos: o direito de um povo ter paz? Ou o direito de uma mãe ver seus filhos morrerem em uma guerra a prol de nada? O que prevalece em um lugar abandonado a própria sorte, devido ao descaso de um mundo que só preocupa em resolver crises que abalam os bolsos de uns pobres milionários?