sábado, 9 de agosto de 2008

Passepartout

Arte, cinema e revista: Kino e Renato Loose

por Tarcízio Silva

_ A Kino é uma revista digital de arte sobre cinema. Os seus primeiros cinco números tiveram como tema um filme cult: Clube da Luta, Janela Indiscreta, Taxi Driver, Corra, Lola, Corra e Volver. O sexto número, que comemora o primeiro ano da publicação bimestral, terá como tema "Seu filme preferido" e será lançada em meados de agosto.

_ Dentro da revista, a seção "Legenda" traz um texto sobre o filme, escrito por Karla Monteiro de Moraes, jornalista pós-graduada em História e Literatura, que sabe o que faz com suas três ou quatro páginas. "Trilha Sonora" é uma listinha de músicas, elaborada por um convidado diferente a cada número, preparando o clima do tema. "Trailer" resenha uma revista digital por número. Em "Capa", o ilustrador selecionado merece uma descrição à parte e ganha descrição e biografia em uma ou duas páginas.

_ Finalmente, mais da metade da revista é preenchida com os trabalhos selecionados. Ilustrações, montagens tipográficas e outras peças de design criadas por brasileiros e estrangeiros - o site da revista é bilíngue, também apresenta uma versão em inglês.

_ Formado em Comunicação Social pela UFES, o editor Renato Loose trabalha com design e alguns de seus trabalhos podem ser visto em www.renatoloose.com. A Lupa trocou algumas palavrinhas com o idealizador e diretor da Kino:

Lupa: Como surgiu a idéia da Kino?
Sempre quis ter um projeto em que pudesse divulgar trabalhos autorais e a revista digital caía como uma luva. Conta com a velocidade e o longo alcance de uma informação lançada na rede. De início, não haveria longos textos, apenas a participação de produtores de imagens, porém, ao definir o perfil da Kino, de fato, como revista, achei que caberia bem uma coluna. A Karla é uma grande amiga que já dividiu comigo uma sala de escritório por quase três anos, além de muitas sessões de filmes. Apaixonada pela "telona" e com um potencial incrível para escrever, não poderia deixar de convidá-la. Assim surgiu a primeira coluna da revista, e outras estão por vir.

Lupa: O formato revista parece ter sido uma escolha exata, inclusive demonstrado pela seção "Trailer". Qual foi a motivação para esse formato?
Fazer com que a Kino se aproximasse ao máximo do formato que conhecemos em publicações impressas. Por isso a divisão em seções e editoriais. Assim, ela já está pronta para o dia em que terá uma versão impressa, eu espero.

Lupa: Por que escolheu cinema como objeto?
Existem várias revistas virtuais e quase todas giram em torno de um formato muito semelhante: a cada edição escolhem um tema aleatório e pessoas enviam trabalhos relacionados. Na busca por sair dessa linha, acabei optando por algo que seria um tema único e ao mesmo tempo multifacetado: o cinema, que, além de tudo, é uma das minhas manias. Os filmes tem um potencial imenso para fazer com que as pessoas criem a partir das impressões que tiveram durante os minutos de exibição, ou até mesmo após isso, refletindo, debatendo. Há tantos tão provocativos que fica até difícil escolher os temas das próximas edições.

Lupa: Como acontece a escolha dos temas e dos convidados de "Trilha Sonora"?
Eu assisto muitos filmes e ouço bastante a opinião de pessoas que "respiram" cinema. Quando lancei o projeto, fiz uma lista dos que teriam grande chance de se transformarem em tema. Não estou seguindo à risca, mas todos que passaram por lá até hoje estavam nessa listagem. Como a Kino é formada em grande parte por colaboradores, houve uma edição em que o público escolheu o tema. Os convidados da Trilha são pessoas cujo trabalho eu acho interessante. Normalmente, o gosto musical acaba coincidindo e a seção fica bonita de ver, ler e ouvir. Alguns são amigos, outros apenas contatos virtuais.

Lupa: Qual teu número preferido?
Na verdade, há dois números que gosto muito. A edição 2 – Janela Indiscreta – e a edição 4 – Volver. Apesar de modelos bem diferentes entre si, não consigo escolher entre elas. Com o filme do Hitchcok, foi ótimo trabalhar num projeto editorial retrô, com o jeito da época em que o filme circulou. Já com o do Almodóvar, a liberdade que o filme proporciona é incrível. Qualquer cor é possível e toda forma é aceitável. Com tanta opção, basta combinar – ou, às vezes, descombinar – os elementos que o resultado final é satisfatório e o processo de criação muito divertido.

Um comentário:

Karla Monteiro de Moraes disse...

Parabéns, pessoal da Lupa, pela ótima revista!!
Abraços,
Karla.