segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Jornalista precisa de diploma?

Por Joseane Bispo


Com a proximidade do julgamento marcado para este segundo semestre, pelo Supremo Tribunal, a discussão sobre a importância da faculdade de jornalismo está cada dia rodeada de polêmicas. Afinal, jornalista precisa ou não de diploma?

Enquanto o Supremo Tribunal Federal (STF) não julga o Recurso Extraordinário nº. 511961, que pode acabar com a obrigatoriedade de formação específica para jornalista, alguns setores da sociedade discutem o mérito da questão. São jornalistas, sindicalistas, advogados, juristas, empresas concessionárias de TV e rádio, entre outros, que se posicionam contra e a favor do diploma obrigatório.

De um lado, a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), intensifica as lutas em defesa dos jornalistas e do jornalismo no Brasil. Através da campanha “Jornalistas por formação – melhor para o jornalista, melhor para a sociedade”, com mobilizações pelo site, por meio de atos públicos em várias cidades e de cartas enviadas a magistrados e parlamentares.

Do outro, empresas concessionárias de TV e rádio e alguns veículos de comunicação como a Folha de São Paulo, que embora não estejam diretamente envolvidos em uma campanha de convencimento da população, demonstram na prática seu posicionamento, contratando para cargos de natureza jornalística pessoas sem formação específica na área. Outra entidade que defende a não-obrigatoriedade do diploma é a Associação Nacional dos Jornais (ANJ), que declarou por meio de assessoria, que considera importante uma boa formação do profissional de jornalismo, mas não que o melhor profissional é o que tem diploma.

Os contrários à exigência do diploma no Brasil, têm como o principal argumento a declaração de princípios da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), que considera a exigência do diploma para o exercício da profissão de jornalismo uma violação à liberdade de expressão, outra questão é o fato de que, segundo a OEA, para se exercer a profissão em países como Alemanha, Austrália, Espanha, Estados Unidos, França, Inglaterra, Irlanda, Itália, Japão e Suíça, não há a obrigatoriedade da formação superior em jornalismo.

Já o doutor em Ciências Sociais e professor da Universidade Federal de Sergipe (UFS), José Ramalho Rodorval, argumenta que ao contrário do que acontece com o exercício da medicina ou arquitetura, o ofício de jornalista, assim como o de economista e sociólogo não conferem riscos à vida humana, “Não há nada no jornalismo que não se aprenda com o cotidiano das redações. Com ou sem diploma, todo mundo aprende o ofício na prática”, afirma.

Opinião contestada pelo doutor em Comunicação Social, Josenildo Guerra, que defende a grande responsabilidade da profissão, que segundo ele, assim como médicos e arquitetos, o jornalista necessita sim de uma formação específica, “Uma informação incorreta divulgada não prejudica apenas a reputação do jornalista, mas afeta toda a sociedade e seu direito de receber informações de qualidade”, reforça.

A Federação Nacional dos Jornalistas, segue defendendo “Nossa posição é reforçar a questão do diploma e incluir a função de assessoria de imprensa como atividade exclusiva de jornalistas, o que ainda não está previsto na regulamentação atual”, declara o diretor da Federação, José Carlos Torves. A Fenaj tem tratado as discussões dentro do GT do Ministério do Trabalho como uma atualização das regras instituídas em 1969.

O sindicato da Bahia, como os de todos os estados do país, apóia a campanha lançada pela (FENAJ), que para se fortalecer ainda mais, lançou o livro “Formação Superior em Jornalismo: uma exigência que interessa à sociedade”, editado pela própria Federação, com conteúdos que resgatam a história da luta que conquistou a inclusão da obrigatoriedade da formação universitária na regulamentação profissional.

A regulamentação profissional do jornalismo brasileiro ocorreu em 1938. Na década de 40, surgiram os primeiros cursos de jornalismo, mas foi somente a partir de 1969, devido a fortes pressões profissionais, que a exigência da formação superior passou a valer efetivamente. Nesse período, muitos foram anversos a essa determinação, incluindo jornalistas e proprietários de jornais. Desde então, a defesa pelo fim da exigência continuou ao logo dos anos.

Para todos os estudantes de jornalismo do Brasil, a melhor opção é aderir à campanha na defesa do diploma, afinal, a Universidade oferece o suporte teórico necessário para a melhor compreensão e interpretação da estrutura política, econômica e social da realidade que cerca o profissional. É claro que, somente os conhecimentos teóricos não são suficientes, os suportes técnicos, também são necessários para a boa formação de um jornalista, o ideal é que se concilie os dois princípios.

domingo, 14 de dezembro de 2008

Passepartout

No samba da minha terra todo mundo bole...
por Rebeca Caldas


Baiana que entra no samba
Só fica parada
Não canta, não samba, não bole nem nada
Não sabe deixar
A mocidade louca

Baiana é aquela
Que entra no samba de qualquer maneira
Que mexe, remexe,
Dá nó nas cadeiras
E deixa a moçada com água na boca




A primeira semana de dezembro (01 a 04/12) foi dedicada à celebração do Samba em Salvador, que uniu as festividades do Dia do Samba (02/12) às celebrações do Dia de Santa Bárbara (04/12), no Pelourinho.

Segundo informações do Jornal A Tarde (publicação do dia 02/12), há uma tradição desde 1972, em que vários músicos se reúnem para celebrar o Dia do Samba. Nesse ano, a homenagem foi ao sambista Paulinho da Viola, com apresentação de mais de 30 músicos numa só noite.

O baiano tem mesmo que comemorar. Afinal de contas, apesar de a popularização do samba ter acontecido no Rio de Janeiro, foram ex-escravos baianos, posteriormente trabalhadores urbanos da Cidade Maravilhosa, no período do Segundo Reinado - em meados do século XIX - que criaram essa riqueza cultural na cidade em que a Corte se alojava.

Apesar da saída da Bahia, os negros desta terra levaram consigo a cultura e os costumes que viviam por aqui. A comunidade de negros e mulatos, buscando criar uma identidade que se adequasse no novo quadro social, se agrupava em espaços próprios, resgatando seus cultos aos santos, seus ritos percussivos, suas danças ancestrais. Entre esses lugares, destaca-se o terreiro de Tia Ciata, freqüentado por músicos como Donga e Pixinguinha, citada pelo pesquisador Luiz Tatit, que destacou o sincretismo que agregava as classes sociais e as manifestações culturais do período:

Além do terreiro, a moradia dispunha de outros cômodos de fundo, nos quais se executavam os sambas de diversão talhados para os passos de dança, mas já contendo versos improvisados – espécie de versão profana dos antigos cantos repensoriais – que aos poucos iam se fixando (TATIT, 2004, p.31).

Nesse momento, as famílias tradicionais brincavam o entrudo, celebração fortemente ligada ao período abstinencial imposto durante o período da Quaresma, na qual os participantes molhavam-se e sujavam-se uns aos outros. Com o crescimento da população e a diversificação das camadas sociais, a festa tomou uma dimensão coletiva, era o carnaval.

Para se inserir na festa, a nascente classe média, sem condições de armar carros alegóricos, criaram os ranchos carnavalescos, uma adaptação dos Ranchos dos Reis Nordestinos, estilizados por baianos, moradores da Zona da Saúde. Sobre isso, José Ramos Tinhorão afirma:

Ora, nesses ranchos, onde se cantavam em marcha as quadras e as solfas mais populares entre os negros da Bahia, também se “arrojava o samba”, isto é, também se incluía um ritmo e um sapateado que nada mais eram do que uma estilização da vigorosa coreografia do batuque. (TINHORÃO, 1997, p.18).

Com a utilização dos meios de comunicação, como o rádio, e sistemas de registro e gravação de obras musicais, o samba foi logo apropriado por profissionais da classe média, sendo então hibridizado com outros estilos musicais, com o jazz e elementos de orquestras. Dessa mistura, já na década de 1930, havia diversos tipos de samba: samba de morro, samba de gafieira, samba-canção, samba-exaltação, samba-choro. Além disso, surgiu um estilo musical que daria ao Brasil grande representatividade internacional: a Bossa-Nova.

O samba faz parte do repertório de grandes cantores da música brasileira, como Dorival Caymmi, Ary Barroso, Chico Buarque de Holanda. E continua influenciando diferentes expressões musicais e assumindo várias nomenclaturas e características, de acordo com o lugar e o grupo que se apropria. No carnaval do Rio de Janeiro e São Paulo, as escolas de samba são as responsáveis pela festa. Os tradicionais Paulinho da Viola e Benito de Paula ainda inspiram muitos sambistas por aí.


No resto do ano, tem samba para tudo quanto é gosto: samba de quintal, com representantes como Zeca Pagodinho, Beth Carvalho, Martinho da Vila, Jorge Aragão. O samba partido alto revelou as bandas Revelação, ExaltaSamba, Raça Negra. Jorge Benjor e Seu Jorge defendem o samba-rock O pagode, também vertente do samba, está em alta. Pelo Sudeste, o pagode romântico faz sucesso com Alexandre Pires, Belo, Sorriso Maroto. E ainda tem um pessoal que está começando a aparecer na MPB, como Tereza Cristina e Grupo Semente e Mart’nália.

Mas a gente gosta
Quando uma baiana
Requebra direitinho
De cima em baixo
Revira os olhinhos
E diz:
"Eu sou filha de São Salvador"

Mas o samba não foi esquecido por aqui. Pelo contrário, em Salvador, nas esquinas do Pelourinho, no Garcia, na Piedade, Mercado Modelo, Dique do Tororó, é possível ouvir o som dos pandeiros a embalar a cidade. Infelizmente, não conheço todos os lugares, mas tenho certeza que os moradores da Liberdade; Itapuã; Nordeste de Amaralina, com seus sambas juninos; os que vivem na Cidade Baixa e nos bairros do Subúrbio também sabem cantar e tocar essa música que contagia os quatro cantos da cidade. No interior, a rica cultura do Recôncavo nos presenteou com o samba de roda, o samba de chula, o samba corrido.

Os cantores mais tradicionais, como Riachão e Nelson Rufino ainda celebram o samba junto com a nova geração. Mariene de Castro, Jota Veloso e Sandra Simões estão conseguindo visibilidade, e cantam samba do recôncavo. Entre as bandas de partido, destacam-se Bambeia, Samba de Cozinha, Pagode em Família, entre outros. Há algumas bandas que mais estão relacionadas à classe média, como Batifun e Samba Eu, Você e Sua Mãe.

A grande indústria da música baiana também se serviu da diversidade do samba, lançando no mercado uma quantidade enorme de bandas e cantores de pagode: É o Tchan, Harmonia do Samba, Psirico, Guig Ghetto, Fantasmão. E o que dizer dos blocos afros, como o Muzenza, o Olodum, o Ilê Aiyê, a Dida? Estes são os que popularizaram o samba-reggae.

É pena que esta que escreve sabe muito pouco sobre o samba. Mas uma coisa não dá para negar. A gente tem mesmo muitos motivos para comemorar!

Quem não gosta de samba
Bom sujeito não é
É ruim da cabeça ou doente do pé
Eu nasci com o samba
Do samba me criei
E do danado do samba nunca me separei


Referências:

TATIT, Luiz. O século da canção. Ateliê Editorial. Cotia, 2004
TINHORÃO, José Ramos, 1928 – Música popular: um tema em debate / José Ramos Tinhorão; 3ª edição revista e ampliada. São Paulo: Ed.34, 1997.

http://www.gastronomias.com/cronicas/entrudo.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Bloco-afro

http://www.rosanevolpatto.trd.br/sambabrasil.htm

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

É hora de pesquisa?

Quem será o novo presidente?
José Serra: Liderança antecipada.Heloísa Helena: Bom início nas pesquisas Dilma Rousseff: Na cola de Lula.
Ciro Gomes: Não desiste nunca!
Aécio Neves: Tem vaga pra ele?

Circo Urbano
Por Victor Soares

_Ainda faltam quase dois anos para as eleições presidenciais, que ocorrerão em Outubro de 2010. Apesar da distância temporal, o Instituto Datafolha já faz pesquisas de intenção de voto para o futuro presidente do Brasil.
_Em pesquisa divulgada nesta segunda-feira (08) o provável candidato José Serra (PSDB), atual governador de São Paulo, aparece na liderança. Em seguida surge o deputado federal Ciro Gomes (PSB), a ex-senadora e vereadora eleita de Maceió, Heloísa Helena (PSOL) e a "queridinha" do presidente Lula, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT).
_Serra tem 41% da preferência do eleitorado, enquanto Ciro possui 15%, Heloísa Helena 14% e Dilma Roussef apenas 8%. Vale registrar que a última subiu de 3% para 8%, desde a última pesquisa feita em Março de 2008. Muitos ainda estão indecisos ou afirmam que irão votar em branco ou nulo. Esse quadro é composto por 21% do eleitorado. Os indecisos são 9% e os que preferem votos brancos e nulos somam 12%.
_Em uma semana que o presidente Lula apresentou 70% de aprovação popular, parece muito cedo para afirmar que a sua candidata chegará em útlimo lugar na corrida eleitoral. Lula bateu todos os recordes de popularidade desde a reabertura política brasileira. Todo esse carisma "lulista" deve servir de base para alavancar a campanha de Dilma Rousseff, que poderá ser a primeira mulher a governar o Brasil.
_O governador paulista ainda disputa internamente a candidatura com o seu companheiro de partido, o tucano e governador mineiro, Aécio Neves. Na mesma pesquisa do Datafolha, quando Aécio Neves é o candidato tucano fica atrás de Ciro Gomes e até de Heloísa Helena.
_Tudo indica que Serra será mesmo o candidato do PSDB. Mas, como a política brasileira é bastante volátil, temos que esperar para ver. Essas pesquisas antecipadas pouco têm de concreto, mas o fato é que elas existem. Qual o sentido delas? Cabe ao leitor tirar suas próprias conclusões.

domingo, 7 de dezembro de 2008

O __MAIOR__ panorama de filmes da Bahia

Meio e mensagem/passepartout
por julien karl

Dia dez, na sala Walter da Silveira, dentro da programação das quartas baianas, acontecerá o lançamento do site: http://www.filmografiabaiana.com.br/. O site pretende ser um catálogo de todos os filmes já desenvolvidos em nossa terra sem importar o gênero, formato ou caráter comercial. Os próprios idealizadores definem o projeto como o maior panorama de filmes baianos que já existiu. Antigamente as tentativas de mapeamento dos filmes feitos no estado eram esparsas e limitas a um recorte temporal ou programático. Desta vez, o levantamento, está sendo realizado pelo DIMAS (Departamento de Artes Visuais da Fundação Cultural do Estado da Bahia) e objetiva apresentar uma visão geral sobre a filmografia baiana . Para isso, concentrou-se em coletar informações básicas sobre a maior quantidade possível de filmes produzidos no estado.
.
A iniciativa é simplesmente indispensável para um estado do porte do nosso e importantíssima para os estudantes e pesquisadores interessados na área. Em um primeiro momento, neste ano de 2008, foi realizada a catalogação de informações fundamentais de todos os filmes possíveis realizados na Bahia. Na segunda fase do projeto, a ser realizada em 2009, os créditos completos dos filmes serão apresentados junto com fotos, cartazes, críticas e artigos de jornais.


Alguns filmes já têm uma série de dados disponíveis no site como o desenho animado Boi Aruá de 1984 dirigido por Chico Liberato e montado por Tuna Espinheira. “Superoutro”de 1989 narra a história de um louco de rua que enfrenta a realidade das ruas fantasiando ser um super-herói e é interessante de ser conhecido ainda que somente através da sinopse. Por falar nisso, é preciso não somente catalogar e também propiciar uma maneira de exibir para o grande público essa produção. Afinal, os filmes são feitos para serem vistos (há milhares arquivados, outros tantos mofando e grande parte dos exibidos fica curto tempo em cartaz).


Meio e Mensagem

De brincadeira com a publicidade
por Nelson Oliveira

_ O modo de fazer publicidade que temos há algum tempo nos acostumou com o fato de que os anúncios mais legais são aqueles que tem alguma piadinha no meio. Dessa forma, os publicitários tentam nos aproximar dos produtos que vendem através da cumplicidade do sorriso.

_ Mas e quando os próprios publicitários fazem piadas com o "fazer publicidade"? O Loser's Archive, criado a cerca de dois anos, é um blog que escolhe anúncios ruins e os critica de forma humorada. Para as duas publicitárias que mnatêm o blog e preferem não se identificar, as piadas são apenas um modo de "fazer uma crítica à má publicidade, sem 'difamar' ou prejudicar ninguém". O nome do blog é oriundo de um trocadilho com o Lürzers Archive, site que reúne os anúncios mais criativos do meio publicitário. Para mostrar que são boas de trocadilhos, a mais recente postagem do blog trouxe uma boa dose de infâmia.

"E qual foi a bandeira deste ano? 2000 e 8dobem?"

_ Seguindo outra linha, o Worth1000.com, especialziado em concursos de modificação de imagem pelo Photoshop, realizou há algum tempo, um concurso para criação de anúncios bem humorados. A idéia era reunir marcas famosas a pinturas consagradas. O resultado pode ser conferido aqui. Abaixo, uma mostra do que foi feito.

"Nokia. Conectando pessoas desde o início"

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Passepartout

Chico Pinheiro no TCA
Por Paloma Ayres


Foto: Dani Gurgel

_O músico foi uma das atrações de ontem, dia 04/12, da oitava edição do Mercado Cultural, que começou no dia 03 e vai até o dia 07 de dezembro desse ano. A noite teve a abertura do quarteto venezuelano C4, às 20h30 e o show de Chico começou às 21h, acompanhado de sua banda, composta por Tiago Costa no piano, Marcelo Mariano no baixo, Edu Ribeiro na bateria e das cantoras Luciana Alves e Tatiana Parra.

_Chico Pinheiro, guitarrista, compositor e arranjador, tem 33 anos, nasceu em São Paulo e é um dos nomes mais expressivos da música brasileira contemporânea. Com formação na Berklee College of Music, em Boston, Pinheiro já lançou 3 CDs: “Meia Noite Meio Dia” (Sony, 2003) - com participações de Luciana Alves, Lenine, Ed Motta, Chico César (parceiro em composições) e Maria Rita; “Chico Pinheiro” (Biscoito Fino, 2005), aclamado por imprensa e público e considerado um dos melhores cds do ano pela Folha, Estadão e O Globo, com participações de João Bosco, Luciana Alves e Tati Parra e “Nova” (Buriti, 2007), realizado em parceria com o guitarrista e compositor americano Anthony Wilson, sendo lançado no Brasil e Estados Unidos. Sua música reúne elementos da MPB e do Jazz e divide parcerias com Aldir Blanc, Paulo César Pinheiro, José Miguel Wisnik e Guile Wisnik.

_Depois de uma turnê que passou por Los Angeles e Califórnia (EUA), Rio de Janeiro e São Paulo, a Bahia recebe Chico Pinheiro pela segunda vez, tendo se apresentado na Sala do Coro em setembro de 2005. O show, que durou em torno de 1h (poderia ter durado um pouco mais), incluiu, em seu repertório, músicas como “Popó”, “Se Depender de Mim” e “Essa canção”. Pela primeira vez no Mercado Cultural, Pinheiro se mostrou entusiasmado em participar do evento. “Eu acho o Mercado Cultural fantástico, sensacional, porque a gente precisa desse intercâmbio cultural para evoluir. Quando morre essa troca, morre a evolução, da música, de artes plásticas ou do que quer que você faça”.

_O músico acredita que eventos como o Mercado tornam possível o conhecimento do trabalho de outras pessoas de vários lugares e, sendo o evento na Bahia, tem um caráter especial pela efervescência musical. do Estado. "O Mercado Cultural trouxe músicos de fora, da América, isso ajuda a gente conhecer pessoas, como o grupo C4 e essa coisa do intercâmbio, aqui na Bahia, é ainda mais especial, porque é um lugar ultra musical. Para mim é uma honra”, afirmou o músico à equipe de reportagem, que presenteou Pinheiro com um exemplar da Revista Lupa (vide fotos), ao que ele elogiou: "Que linda a capa da revista, muito bem cuidada...". Para saber mais sobre Chico Pinheiro, acesse o Site Oficial ou seu Myspace.


Chico Pinheiro autografando um CD. Foto: Lusiane Palma.



Entrevistando o músico. Foto: Lusiane Palma.


Chico Pinheiro elogia a capa da Lupa. Foto: Lusiane Palma.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Juntar para Espalhar


Por Raíza Tourinho

_Foi dada a largada para mais um edição do mercado cultural. Iniciado em 2001, o mercado cultural está em 8ª edição e contará com diversas participações artísticas, tanto locais como Leitires Leite e Ronei Jorge e os ladrões de Bicicleta, como artistas internacionais, oriundos principalmente de países latino-americanos. O evento começou hoje e durará até o dia 07 de Dezembro, acontecendo em locais como o TCA e a Pça Pedro Arcanjo, no Pelourinho.
_ O mercado cultural funciona como um mercado no sentindo denotativo do mesmo, é um lugar onde as pessoas trocam coisas, no caso o nome é auto-explicativo, local onde se "troca" culturas. Com o tema "Juntar para Espalhar", o mercado apresenta diversas modalidades de artes que vão desde lançamentos de livros a mostras de música e exposições visuais. Quanto ao lema a própria home page do evento explica: é uma expressão que visa "definir o próprio Mercado, referindo-se à intenção de juntar (promover encontros, transmissão de conhecimentos e troca de experiências) e espalhar (construir intercâmbios, distribuir a produção, trabalhar em rede). Tudo isso sob a aura de um projeto que nasceu com a missão de sistematizar, promover e distribuir trabalhos autorais de qualidade, representativos da produção artística independente".
_O preço é o que mais agrada, os ingressos custam R$8 a inteira, salvo eventos de entrada franca. Tudo para se adaptar a tempos de crise global, como conta ao A Tarde o organizador Ruy Cesar, o mercado ainda está “com uma versão compacta, adequada à nossa realidade econômica atual. O mercado sempre tem uma mutação nesse sentido. Às vezes ele se expande mais pela cidade, outras vezes menos”.
_ A crise atrapalhou também na hora de prospecção de clientes, a Petrobrás, antiga parceira do projeto, até o momento não se pronunciou sobre o patrocínio. O que prejudicou, de certa forma, a expansão do projeto "
Muitos trabalhos de excelente qualidade ficaram de fora em função do elevado número de boas propostas e da impossibilidade de abarcar mais artistas este ano, em razão das dificuldades com o patrocínio", conta a home page.
_ Bem, agora você já tem um ótimo motivo para abandonar seu sofá neste final de semana.

Baixe a progamação completa do evento.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Vivendo numa bolha

por Mariana Almofrey Nogueira


Ontem foi o Dia Mundial de Luta Contra a Aids. Com o intuito de chamar atenção para a realidade de preconceito e estigmas que sofrem os portadores do vírus HIV, o Programa Nacional de DST e Aids realizou uma intervenção urbana, “O preconceito isola”.

Uma grande bolha transparente foi montada na Praça dos Três Poderes – em Brasília. Ao longo de todo o dia, um jovem ficou dentro dela, isolado das pessoas que estavam no ambiente externo.

Na base da bolha podia-se ler os dizeres do jornalista e sociólogo Herbert Daniel, que morreu no ano de 1992 em decorrência da Aids: “Há uma coisa dentro de mim, contagiosa e mortal, perigosíssima, chamada vida, lateja como desafio”.

De acordo com o site http://www.aids.gov.br/, a decisão de transformar o 1º de dezembro no Dia Mundial de Luta Contra a Aids foi tomada em outubro de 1987 pela Assembléia Mundial de Saúde – com apoio da ONU.

A data é adotada no Brasil desde 1988. A intenção é que ela sirva como um reforço a solidariedade, a tolerância, a compaixão e a compreensão com as pessoas infectadas pelo HIV.


O laço vermelho é visto como símbolo de solidariedade e de comprometimento na luta contra a Aids. O símbolo – criado em 1991 pela Visual Aids – foi escolhido por remeter a sangue e à idéia de paixão. Ele foi usado (publicamente) pela primeira vez no prêmio Tony Awards, pelo ator Jeremy Irons.

No Brasil, o tema da Campanha do Dia Mundial de Luta Contra a Aids deste ano tem como público alvo os homens acima dos 50 anos. Ela foi lançada no dia 25 do mês passado pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão e tem como slogan: “Sexo não tem idade. Proteção também não”.

A maioria dos casos de Aids ainda está concentrada na faixa etária de 25 a 49 anos. No entanto, a campanha é pertinente porque a taxa de incidência entre pessoas acima dos 50 anos dobrou entre 1996 e 2006 – passando dos 7,5 casos por 100 mil habitantes para 15,7.

No site do Programa Nacional de DST e Aids, há uma página específica para a divulgação de notícias relacionadas aos eventos do Dia Mundial promovidos nos estados, municípios e organizações da sociedade civil.
Além de Brasília, algumas cidades brasileiras como, por exemplo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Manaus e Pernambuco organizaram intervenções para marcar o dia – que foi lembrado em vários países.
Em outras cidades da América Latina foram realizadas atividades – como manifestações, apresentações artísticas, fóruns, campanhas de comunicação, concursos e realização de provas rápidas voluntárias de HIV.
O diretor regional da Unaids para a América Latina, César Antonio Núñez declarou ontem que apesar dos grandes avanços no tratamento não se pode assegurar que a epidemia esteja controlada.

Prostituta indiana participa de caravana pelo Dia Mundial de Combate à Aids em Calcutá, na Índia


Em Jacarta, na Indonésia – onde se estima que nos últimos seis anos tenham ocorrido 150.000 novos casos da doença – ativistas participaram de uma campanha contra o vírus da Aids.

Na Europa a porcentagem de população infectada pelo HIV quase duplicou entre 2000 e 2007, segundo dados divulgados ontem pelo Escritório Regional para a Europa da Organização Mundial da Saúde (OMS).

A morte pela paz

Por Raíza Tourinho

_Que as mulheres vão revolucionar o mundo ninguém mais duvida (creio eu). Mas, as mulheres de Papua Nova Guiné estão tomando soluções drásticas para trazer paz ao sua região. Segundo a BBC, elas estariam matando seus próprios filhos do sexo masculino para encerrar a guerra tribal que já dura mais de 20 anos.
_Uma das aldeãs admitiu que a morte dos bebês é um crime bárbaro, mas alegou que essa era a única maneira que as mulheres tinham para tentar acabar com o conflito. Elas estariam tendo dificuldades para conseguir alimentação além da tristeza em ver seus homens morrerem na guerra.
_O que nos leva a refletir sobre a essência dos direitos humanos: o direito de um povo ter paz? Ou o direito de uma mãe ver seus filhos morrerem em uma guerra a prol de nada? O que prevalece em um lugar abandonado a própria sorte, devido ao descaso de um mundo que só preocupa em resolver crises que abalam os bolsos de uns pobres milionários?

sábado, 29 de novembro de 2008

Passepartout

Bonnie 'Prince' Billy em Salvador
Por Frederico Fagundes


_ Bonnie 'Prince' Billy, cantor de folk norte-americano, esteve em Salvador na última sexta-feira (28). O show ocorreu na Boomerangue, casa de shows situada no Rio Vermelho, pelo preço de R$ 15,00, e com abertura da banda novata Dois em Um, fazendo seu primeiro show.

_ A casa, ao contrário do que se esperava com a presença de uma atração internacional (mesmo que pouco conhecida) não estava lotada. Programado para iniciar às 23:00, o show de Dois em Um começou em meados de 00:30. Projeto de Luisão Pereira, ex-integrante da banda Penélope, que fez relativo sucesso nos anos 90, com a namorada, Fernanda Monteiro, Dois em Um aposta em uma música calma e lenta, de refinamento nos arranjos, que incluem um violino e diversos instrumentos sampleados (já que há somente duas pessoas no palco).


_ A fórmula ao vivo, porém, desanda. A sensação que se tem é de que as músicas serviriam muito melhor para ouvir em casa, em momento de relaxamento - para não dizer sono. Enquanto os arranjos são, em sua maioria, muito agradáveis, mesmo que sonolentos, a parca voz de Fernanda Monteiro põe a tônica soporífera à máxima potência, tornando o show cansativo. O melhor momento da apresentação talvez tenha sido a música "E se chover", que pode ser escutada no MySpace da banda.

_ Com o fim do show, vieram os preparativos para que Bonnie 'Prince' entrasse no palco. Figura estranha, com careca e barba longa, o cantor e compositor circulou pela Boomerangue durante a apresentação de Dois em Um, e pouco interagiu com o público. Assim foi também durante seu show, extremamente prejudicado pela falta de potência do som que, com a falta de educação do público presente - que provavelmente desconhecia seu trabalho, se tornou praticamente inaudível em alguns momentos do show, para quem estava mais atrás. A conversa animada de parte da platéia, completamente alheia ao show, atrapalhou mesmo quem estava na primeira fila.

_ Bonnie 'Prince' fez um show acústico e intimista. De perfomance pungente, interpretava suas canções sentindo a própria música, e estava animado, mesmo com todos os contratempos. Cantando músicas de vários momentos de sua carreira de discos regulares e acima da média, o compositor fez um grande show. O triste é ver como Salvador não possui um espaço de qualidade que possa trazer shows assim com decência.

_ Segundo A Tarde, Bonnie 'Prince' impôs como condição para vir ao Brasil, mesmo sem conhecer nada da cidade nem de sua música, tocar em Salvador e, a despeito de sua felicidade no palco, não devia saber das dificuldades e limitações da cena alternativa daqui. As esperanças de que Salvador entre de vez para o circuito de shows internacionais são, portanto, mínimas.

_ Após o show, enquanto Bonnie encaminhava-se para a saída do local, a redação da Lupa, com seu parco inglês, falou a Bonnie "Great show!", ao que ele respondeu com um sorriso largo e inesperado, para a figura insólita que ele demonstrou ser no palco.

_ Confira o MySpace de Bonnie 'Prince' Billy.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Cubo Mágico

Últimos dias para escrever para a Editoria Cubo Mágico da Lupa! Última chance de participar, não perca!

_ O Concurso literário da Revista Lupa 6*:

Cometeu ou presenciou um crime e não tem pra quem contar?

Veja a imagem abaixo e saiba como participar

Clique na imagem para visualizá-la em tamanho maior.

_ Escreva para a revista Lupa!

_ Envie para lupa.facom@gmail.com um texto livre, totalmente NONSENSE, explorando a temática CRIMES.

_ Você só tem dois limites: enviar até 28 de novembro e não ultrapassar 15 linhas!

Suspenso embargo às obras de Pituaçu

Por Verena Paranhos


_Depois de quase um ano de tantas interdições, liminares e questões ambientais, foi suspenso o embargo às obras do Estádio Governador Roberto Santos, mais conhecido como Estádio de Pituaçu. Na tarde de hoje, o desembargador José Olegário Monção Caldas anunciou a retomada imediata das obras executadas pela Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder). O desembargador alegou que manter a obra parada é desperdício de dinheiro público, pois 90% dos trabalhos já fomos concluídos.
_A decisão do desembargador traz conforto à torcida do Bahia, que desde a tragédia de 25 de novembro de 2007 no Estádio da Fonte Nova, está sem “casa”. Neste ano, a equipe jogou em Camaçari e Feira de Santana, afastando, de certa maneira, sua “fiel” torcida dos estádios.
_Com início em 21 de janeiro, a obra no estádio de Pituaçu já passou por três adiamentos do prazo de conclusão e ainda encontra-se sem data para terminar, decepcionando os que torcedores esperavam poder ainda este ano ver os jogos do Bahia na capital. Outro elemento que mudou ao longo da “requalificação” do estádio foi seu custo, previsto para ser de R$ 21,8 milhões, e hoje tem um segundo orçamento de R$ 55 milhões, que inclui obras da arena e do entorno do estádio.
_A retomada das obras acende mais uma vez a esperança do tricolores baianos que esperam poder assistir aos jogos do seu time já no Campeonato Baiano, que começa no dia 18 de janeiro.
Foto: ibahia

Qual o seu Olhar Sobre o Brasil?


_Estão abertas as inscrições para o segundo concurso universitário de fotografia Sony cujo tema é “Meu olhar sobre o Brasil”. O prazo se estende até o dia 15 de Janeiro, não perca tempo!




Shamara Fragoso, de Belém(Pa), Primeira colocado do ultimo concurso universitário Sony no quesito Criatividade
Para participar do concurso é necessário seguir algumas instruções, entre elas;

1) comprovar a condição de universitário. Para isso, basta solicitar uma declaração da universidade atestando a condição de aluno.
2) cada aluno pode mandar até 3 imagens, mas somente 1 será selecionada.
3) a utilização de programas de edição de imagens, via computador deverá ocorrer apenas para ajuste de parâmetros básicos como COR, NITIDEZ e SATURAÇÃO. Nada de alterações grandes, como retirada de elementos ou utilização de qualquer espécie de efeito especial.
4) As fotos deverão ser enviadas exclusivamente através dos correios no tamanho de 15 X 21 para o endereço fornecido pelo site até o dia 15 de Janeiro.

_Para mais informações clique aqui!

_PREMIAÇÃO
1° colocado = câmera Sony alpha 700
2° colocado = Câmera Sony alpha 300.
3° colocado = Câmera Sony alpha 200

Circo Urbano

Museu da Pessoa

Por Mariana Sebastião

Como todos sabemos, museus são lugares que, independente da forma, objetivam preservar ou divulgar a memória de um povo ou época. Entretanto, muitos não sabem que, no ambiente virtual, também existem museus, e estes não possuem um espaço físico em escolas, cidades ou instituições. Um exemplo engraçado é o Museu da Pessoa, isso mesmo, Museu da Pessoa. Este é um museu virtual de histórias de vida de todas as pessoas que queiram compartilhar as suas experiências. O objetivo é ter um espaço onde cada pessoa tenha a oportunidade de preservar a sua história de vida e tornar-se uma das múltiplas vozes da memória social. Ressaltando que só existem seis museus digitais no mundo inteiro, o Museu da Pessoa é um desses, e já tem redes no Canadá, Estados Unidos e Portugal. Qualquer um pode consultar o seu acervo pelo site
www.museudapessoa.net.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Meio e Mensagem

Ópaíó: a “baianidade” no plim-plim.
Por Paloma Ayres

A trindade cênica de “Ópaíó” (segundo item da Trilogia do Pelô) se concretizou no último dia 31 de outubro, quando estreou na Globo no formato de seriado, sempre exibido às sextas-feiras, após o Globo Repórter. Depois dos palcos, o espetáculo chegou às telas de cinema em 30 de março de 2007 e, com seis episódios gravados em película de 16 mm, “Ópaíó” tem direção geral de Monique Gardemberg (também diretora do filme), direção de núcleo de Guel Arraes e texto de Márcio Meirelles, Bando de Teatro Olodum, Mauro Lima e Jorge Furtado. Caminhando para o seu terceiro episódio, o seriado vem levando, aos lares brasileiros, o que é que a Bahia tem (ou dizem que tem): alegria, irreverência até nos momentos difíceis, deboche, junto com muito sotaque, música e uma sensualidade aparente, resultando na tão falada quanto discutida baianidade.

Os telespectadores não podem esperar muita novidade no seriado, que é praticamente uma amostra do que foi para o cinema. As opiniões se dividem entre “é a cara da Bahia” e “é a caricatura da Bahia”, restaurando os questionamentos sobre como a imagem do baiano é vista nos demais lugares do Brasil, principalmente quando estampada na telona e na telinha. Essa discussão é invariavelmente longa e por isso não será prolongada ainda mais por aqui, no sentido de ater-se somente ao seriado.

“Ópaíó” no cinema. Foto:André Gardemberg

Pelourinho, 1991, época da reforma do então governador da Bahia Antônio Carlos Magalhães (reforma, aliás, que é abarcada na temática do espetáculo, mas mal pincelada no filme e, pelo visto será no seriado, no qual o foco continua sendo o cotidiano alegre e festeiro dos moradores do Pelô) é o cenário dessa trama de personagens. O Bando de Teatro Olodum está quase todo presente, não só os atuais membros do grupo, mas dos egressos dele, a exemplo de Lázaro Ramos (o protagonista Roque), Tânia Toko (Neusão) e Lázaro Machado (Pastor, que já causou polêmica no primeiro episódio, gerando críticas na comunidade protestante ao dar vida a um pastor ganancioso). Algumas participações especiais são esperadas, como João Miguel, Virgínia Cavendish, Nandda Costa e Preta Gil e também personagens novos, como Queixão, por Matheus Nachtergaele e Dandara, pela estreante na TV Aline Nepomuceno.

Vale ressaltar a substituição que fez uma relativa diferença: sai de cena o Boca, antagonista de Roque, vivido no filme por Wagner Moura e entra o Queixão, na mesma função, na pele de Matheus Nachtergaele. A diferença se faz na interpretação, enquanto que a sutil baianidade do primeiro deu lugar à uma carregada (para não dizer forçada) caracterização do segundo, não por Nachtergaele ser paulista, mas por não saber temperar, na medida certa, ao contrário de Moura (que é baiano, porém sabe, como poucos atores baianos, não estereotipar a já caricaturada figura baiana) a composição de um personagem baiano, aliás, repetindo o clichê já presente nas produções globais ambientadas na Bahia. Sem deixar de exibir uma versão caricaturada da “toda menina baiana” cantada por Gilberto Gil, Dandara vive o par romântico de Roque. Uma das mais importantes personagens do seriado, que comanda um dos núcleos da história, Neusão parece pouco à vontade no formato televisivo, já que poderia aproveitar ainda mais o destaque que lhe foi dado.

Do Bando, duas boas atuações: Érico Braz, que vive o taxista Reginaldo, mostra-se melhor entrosado com a linguagem global e Valdinéia Soriano, que mostra bom desempenho com Maria, a atormentada esposa de Reginaldo, que dá as suas escapadas com o travesti Yolanda (Lyu Arisson). Não dá para esquecer a dona do cortiço mais movimentado do Pelourinho, que reúne boa parte do elenco do seriado, Joana (Luciana Sousa), evangélica, mãe de Cosme e Damião – mostrando o já conhecido sincretismo religioso baiano – que não dá sossego aos seus inquilinos, com sua ferrenha defesa à “moral e aos bons costumes”, entretanto, assim como Neusão, Joana também não se sobressai tanto como deveria.

Sendo uma comédia musical, o seriado traz, através de Roque, esquetes musicais que passam pelo axé, reggae, pagode e brega. Exemplos disso são a versão pagodeada de “Tão Seu” (Samuel Rosa/Chico Amaral) e o clássico bregão “Vou tirar você deste lugar” (Odair José).

Roque (Lázaro Ramos) em cena. Foto:Thiago Teixeira/AE

No mais, “Ópaíó” trouxe de volta à televisão o universo soteropolitano/ baiano que, desde a minissérie “Os Pastores da Noite” (baseado na obra de Jorge Amado) não se fazia presente na Globo e, mais uma vez, explorando o estereótipo do baiano, construído ao longo dos anos na ótica amadiana-caymmista-velosista...e por aí vai. Resta saber se a corruptela de “Olhe para isso, olhe”, que não é corretamente pronunciada por muitos brasileiros além Bahia, cairá nas graças dos mesmos ou reforçar o preconceito que ainda resiste entre muitos deles, bem como se é assim mesmo que os baianos querem se ver representados no plim-plim, que sempre viu, como exótico e folcloresco, os moradores da cidade da Bahia.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Meio e Mensagem

Novo programa de celular pode ajudar no trânsito
Por Victor Gazineu

O Mobile Milenium, aplicativo idealizado pela Nokia juntamente com a Universidade da Califórnia, Berkeley, promete facilitar a vida de muitos motoristas que passam horas presos no trânsito. Através da captação, via GPS, de dados dos celulares nos veículos, o projeto possibilita o mapeamento das condições de tráfego de vários locais e, assim, permite que a pessoa saiba quais são as áreas menos congestionadas do momento. Os mapas poderão ser encontrados gratuitamente na internet ou passados para outros aparelhos móveis. Segundo o professor da UC Berkeley, Alex Bayen, se o software utilizado (Traffic Pilot) tiver um bom número de usuários para fazer downloads, o projeto irá aliviar o congestionamento, mesmo em pequenas estradas interurbanas. Além disso, para aqueles que se preocupam com sua privacidade, o software garante o anonimato de todas as informações obtidas pelo GPS, evitando que os carros sejam rastreados.
Segundo informa o portal Terra, aqueles que tiverem interesse em aderir ao programa devem adquirir um plano ilimitado de dados para que possa comportar o amplo download dos mapas e o GPS.

Para baixar o software, acesse http://traffic.berkeley.edu/pilot/

"Correio da Bahia" e "A Tarde" fecham os olhos.


Por Giácomo Degani

_ A imprensa baiana fez uma excelente cobertura do jogo merecidamente vencido pelo Vitória contra a equipe do Grêmio. O jogo ocorreu no último domingo, a partir das 17:00, no horário de Brasília. As manchetes destacavam a classificação do Vitória para a Copa Sul Americana. O time baiano não participa de uma competição internacional desde 1997. Também foi destacado o quase título que o São Paulo ganhou, após a derrota gaúcha. Ambos os veículos baianos deram a cobertura necessária para os fatos.

_ O problema é que os jornais não divulgaram alguns fatos extra-campo ocorridos no estádio. No primeiro tempo, uma bomba caseira explodiu na torcida gremista. Alguns torcedores se exaltaram e a polícia logo os intimidou. Um torcedor foi levado com ferimentos nas mãos. Boa parte da torcida, nesta hora, já estava assustada. A Polícia Militar, contactada pela torcida gaúcha, agiu rapidamente, deixando as pessoas mais tranqüilas.

_ No segundo tempo, uma segunda bomba atingiu a torcida. Por sorte, esta falhou e os policiais prontamente a retiraram. Contudo, o alvoroço causado foi muito maior. Enquanto a primeira caiu em uma área menos concentrada, a segunda atingiu uma área em que havia uma grande quantidade de pessoas juntas. Conseqüentemente, muita gente saiu correndo e atropelando umas as outras. Dois homens rolaram escada abaixo e acumularam ferimentos na cabeça e pelo corpo. Para saírem do local precisaram de ajuda policial. Foi possível ver uma grande quantidade de crianças chorando após a explosão. Várias meninas pediam aos pais para deixarem o local assim que possível.

_ Quando o relógio apontava cerca de 25 minutos do segundo tempo, deixei o estádio devido à instabilidade emocional que pairava no local. Na saída do Barradão, não havia qualquer sinal de policiamento. Cerca de vinte homens estavam nas imediações do estádio, entoando hinos das torcidas organizadas e provocando e intimidando gremistas que deixavam o jogo.

_ Nem o "A Tarde", nem o "Correio da Bahia" fizeram qualquer nota sobre os acontecimentos. A politicagem impede a divulgação dos fatos. Mas como ficam os torcedores que sofreram ferimentos? Tudo vai permanecer debaixo dos panos?
Protesto!

_ O site do jornal "A Tarde" publicou esta foto acima da torcida gremista.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Circo Urbano

VW anuncia recall
Por Rafael Freire

_Após testes de qualidade, a Volkswagen convocou recall para alguns modelos da marca equipados com farol de neblina. Segundo a montadora, uma possível falha na montagem da lanterna do lado esquerdo pode provocar um mau funcionamento do equipamento que, em vez de mostrar uma luz vermelha, poderá mostrar luz branca. Tal problema pode ocasionar acidentes, na medida em que um veículo que venha atrás poderá interpretar a tal luz branca como sinal de marcha ré.
Os modelos e chassis convocados pela Fábrica são:

_Novo Gol 2009: P 000001 a 9P 033973 e 9T 000001 a 9T 153456 Voyage 2009: 9T 000001 a 9T 153085 Gol G4 2006 a 2009: 6P 000001 a 9P 089713 e 6T 000001 a 9T 124539 Polo hatch 2007 a 2009: 7P 000001 a 9P 025614 Golf 2008 e 2009: 84 000001 a 94 015426 SpaceFox 2006 a 2009: 6A 000001 a 9A 324240

_Dizem os entendidos, que essas convocações que as montadoras fazem para reparar pequenos defeitos de fabricação não passam de “iscas” para levar o proprietário às concessionárias e convencê-los a fazer mais alguns serviços, além do reparo combinado. Mas, de qualquer forma, se você possui algum dos modelos acima, não custa retificar o problema. A segurança agradece.

Pet Comunicação completa 20 anos e prepara mesa redonda para comemorar

20 anos atrás, o Programa de Educação Tutorial era instalado na Faculdade de Comunicação da UFBA, com quatro estudantes de graduação e um professor tutor – o prof. Albino Rubim. Desde então, passaram pelo grupo mais de cem alunos e sete tutores, sempre trabalhando com base na indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.

Para comemorar os 20 anos de existência do Pet Comunicação, o grupo atual – composto por 12 bolsistas e tutora – preparou uma mesa redonda com o tema "Programa de Educação Tutorial: história, desafios e perspectivas". Para debaterem os êxitos e problemas do programa, estarão presentes a atual tutora, profª Graciela Natansohn, o professor Marcos Palacios, ex-tutor do grupo, e a professora Anita Martinelli, interlocutora dos grupos Pet-UFBA. O evento será realizado na quarta-feira dia 26 de novembro, às 11 horas, no auditório da Faculdade de Comunicação da UFBA.

O Programa de Educação Tutorial é mantido pela Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação, que disponibiliza bolsas para alunos e tutores, além de orçamento anual para compra de livros, gastos em projetos e manutenção. Existem outros seis grupos Pet na UFBA – Enfermagem, Engenharia Elétrica, Filosofia, Letras, Medicina e Odontologia –, e mais quatro no Estado. No país, existem 370 grupos Pet espalhados por 72 instituições de ensino federais, estaduais, municipais e particulares.

Serviço

O quê: Mesa redonda "Programa de Educação Tutorial: história, desafios e perspectivas"

Quando: 26/11 (quarta-feira)

Onde: Auditório da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia

Horário: 11h

Gratuito

Informações: (71) 3283-6186 / petcom@ufba.br

Sites: Petcom / SESu

domingo, 23 de novembro de 2008

Mercado de revistas perde mais publicações

por Mariana Almofrey Nogueira

_Na semana passada, a editora Peixes (do grupo Companhia Brasileira de Multimídia - pertencente ao empresário Nelson Tanure) anunciou que vai deixar de publicar cinco revistas, entre elas Dom – De Outro Modo.


_Segundo a assessoria de imprensa da editora, as publicações que pararão de circular se transformarão num “mega-portal de informação e entretenimento”.

_Na quarta-feira desta semana, a redação da revista Dom fez um pronunciamento no site http://revistadom.wordpress.com/. “Sim, como vocês podem ter lido, a Editora Peixes está realmente se reestruturando. No caso da DOM, estamos em fase de negociação para analisarmos se vamos seguir os critérios da Editora Peixes com a construção do portal digital ou se continuaremos sendo uma revista impressa e digital, em outra editora”, afirmou Paulo Basile, redator.

_A primeira edição da revista Dom – De Outro Modo foi lançada em 5 de dezembro de 2007 – com uma tiragem inicial de 45 mil exemplares. A proposta era criar uma revista bimestral inovadora, diferente do que já existia no mercado de revistas voltado para o público gay masculino. Em julho de 2008 a periodicidade se tornou mensal.

_Para atrair o público-alvo – formado por homens acima dos 25 anos, das classes A e B –, a revista abordava temas como amor, carreira, moda, direitos, consumo e muitos outros assuntos que interessavam não só para gays, mas a todos os interessados em "estilo e comportamento contemporâneos".

_O último número da revista sai em dezembro e custará dez reais.

sábado, 22 de novembro de 2008

Stand-Up Comedy

Por Giácomo Degani

A revista Lupa está online também em São Paulo. De olho nas novidades do mundo cultural e das novas expressões artísticas, a EQUIPE LUPA saiu pela noite paulista para investigar do que se trata a Stand-Up Comedy. É um modelo de se fazer humor que conta somente com um comediante em cima do palco, com um banquinho e um microfone. O show depende unicamente do talento do humorista, durante cerca de meia hora ele conversa e contas casos e piadas para a platéia. As piadas rodam em torno de assuntos como sexualidade, cotidiano, política e as dificuldades enfrentadas por gordos, baixinhos e com ex-namoradas. A linguagem não possui pudor algum, o espetáculo é para maiores de dezoito anos.
A EQUIPE LUPA assistiu ao show no domingo, em uma casa de show da noite paulistana, a “Bleeckers Street Bar”. O local possui uma decoração e uma iluminação diferenciada que consegue abrilhantar o espetáculo. Devido ao sucesso que esses shows vêm fazendo, quem quiser ver-los deverá fazer reservas com antecedência. A LUPA conseguiu entrar no local depois de muito esforço, inclusive desviando de um taxista que tentou atrasá-la com seu genial GPS. Os preços também são um desafio, e bastantes salgados para os humildes focas da LUPA.
Nesta noite apresentou-se a trupe do Clube da Comédia, uma associação de humoristas que se apresentam por toda a grande São Paulo e já estão mostrando seu trabalho por todo o país. No show do último domingo, comandaram a noite Rafinha Bastos e Oscar Filho que, além de fazerem a Stand-Up, também participam do CQC, programa que mescla humor e jornalismo na Band. A presença dos apresentadores tem contribuído para a grande difusão deste formato humorístico pelo país.
Salvador, como sempre, fica de fora do circuito cultural do Brasil. O espetáculo já passou por todo o Sul e Sudeste do país, além de Recife e Aracaju. Aqui, nada ainda. Salvador reclama um maior incentivo à arte na cidade. Os apresentadores já são também hits do Youtube.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Circo Urbano

Fim da guerra do Iraque
Por Joseane Bispo


"Termina a guerra do Iraque”, essa foi a manchete do The New York Times de quarta-feira (13), que circulou nos Estados Unidos, principalmente em Nova York e Los Angeles. A notícia foi criação de um grupo de zombeteiros, como estão sendo chamados no país, que forjaram mais de 1,2 milhão de exemplares do jornal.

Na capa do jornal, o tradicional slogan do NYT - "Todas as notícias que vale publicar", virou "Todas as notícias que esperamos publicar". Uma das notícias destacadas na capa diz o seguinte: "A ex-secretária de Estado Condoleezza Rice garantiu aos soldados que o governo Bush sabia desde bem antes da invasão que Saddam Hussein carecia de armas de destruição em massa".

Outros títulos da primeira página dizem: "Aprovada lei do salário máximo"; "Nacionalizado, petróleo vai financiar esforços contra a mudança climática"; "Nação volta seus olhos para a construção de uma economia saudável". E na página 3, um anúncio de página inteira, também falso, dizia que a ExxonMobil celebrava o fim da guerra do Iraque e que a paz é "uma idéia com a qual o mundo pode lucrar", vale lembrar que a ExxonMobil, é a maior empresa de capital aberto do setor global do petróleo, que tem grandes interesses no Iraque pós-Saddam.




O jornal com 14 páginas, que supostamente foi criado por um grupo chamado Yes Men, cujos integrantes já se fizeram passar por funcionários da Organização Mundial do Comércio e anunciaram o fim da entidade, era um material bem produzido e conseguiu passar despercebido por muitos, com exceção do The New York Times, é claro, que disse por meio de uma porta-voz, Catherine Mathis estar investigando, "É falso e estamos investigando".

O grupo criou até um site (http://www.nytimes-se.com/), para divulgação da edição do jornal, em nota no mesmo, eles comentam como foi o processo de elaboração do material, declaram que o jornal levou seis meses para ser feito, que a impressão aconteceu em seis gráficas e a distribuição ficou a cargo de milhares de voluntários.

Bertha Suttner, que afirma ser uma das responsáveis pelo falso jornal, disse que a atitude foi uma proposta de garantir que o presidente-eleito dos EUA, Barack Obama e outros democratas façam aquilo para que foram eleitos, "Após oito, talvez 28 anos de inferno (desde a eleição de George W. Bush e Ronald Reagan, respectivamente), precisamos começar a imaginar o céu", argumentou.

Os Yes Men, retratados em um livro e um documentário em 2004, também já se fizeram passar por executivos da ExxonMobil e do Conselho Nacional do Petróleo para discursar numa conferência canadense sobre o petróleo. Em outra ocasião, se disfarçaram de agentes do órgão federal de habitação e prometeram, num evento diante do prefeito de Nova Orleans e do governador da Louisiana, liberar residências públicas abandonadas para milhares de habitantes pobres da cidade.

Mas, segundo o blog "City Room", ligado ao próprio jornal, eles não são os primeiros a falsificar o NYT, o caso mais famoso ocorreu durante uma greve de jornalistas em 1978, e envolveu nomes como o repórter investigativo Carl Bernstein, o escritor Christopher Cerf, o humorista Tony Hendra e o editor da Paris Review, George Plimpton. Há rumores de que o responsável seja um grupo de redatores de vários jornais tradicionais, inclusive o The New York Times.

A Guerra


Iniciada em 20 março de 2003, quando os EUA, com o apoio do Reino Unido, Espanha, Itália, Polônia e Austrália, invadiram o Iraque. A guerra teve como justificativa, a suposta existência de armas de destruição em massa em poder do então ditador iraquiano Saddam Hussein, que não foram encontradas.

Ainda sob o impacto dos ataques de 11 de setembro de 2001, quando a rede terrorista Al Qaeda, sob comando de Osama bin Laden, promoveu ataques simultâneos às torres gêmeas do World Trade Center (Nova York) e ao Pentágono (Washington), a população apoiou a iniciativa da chamada guerra preventiva, ou seja, atacar o Iraque antes de sofrer um ataque. Em abril de 2003, as forças da coalizão chegam a Bagdá e tomam o controle da capital, Saddam não é encontrado. Os rebeldes passaram a promover ataques contra soldados e civis, matando milhares de pessoas.




Os planos da Casa Branca de estabelecer uma guerra "rápida e cirúrgica", com poucas mortes de civis, são frustrados pelos sucessivos e sangrentos ataques suicidas de rebeldes. Em agosto de 2003, um caminhão-bomba explode sob a sede da ONU (Organização das Nações Unidas) em Bagdá. O atentado suicida deixa 22 mortos, inclusive o embaixador brasileiro Sergio Vieira de Mello, enviado da ONU ao Iraque.

Em fevereiro de 2006, outro atentado a bomba destrói uma mesquita xiita em Samarra, o ataque dá início a uma onda de violência sectária sem precedentes no país. Em novembro do mesmo ano, seis carros-bomba explodem em diferentes partes do bairro da Cidade Sadr, bastião xiita em Bagdá, causando as mortes de mais de 200 pessoas.

Hoje, descartando todos os interesses e desculpas político-econômicas para a perpetuação de cinco anos de guerra, a única certeza que temos é que as maiores vítimas foram inocentes civis. De todos envolvidos, a população iraquiana será sempre a grande perdedora de uma intervenção que, entre outros argumentos, invoca a “libertação” de um regime opressor e a criação de condições de exercício de direitos e garantias fundamentais, mas facilmente poderá resvalar para uma situação de pura “ocupação”, de conseqüências sociais e políticas imprevisíveis.

Desde o começo da guerra, 1,9 milhão de iraquianos se deslocaram internamente e outros 2,1 milhões deixaram o país, sem falar nas inúmeras vítimas, inclusivo diversas crianças, que foram mortas, mutiladas, ou que tiveram toda a família exterminada. Ao contrário do que o Pentágono havia prometido antes da guerra, diversos civis iraquianos morreram vítimas de bombardeios e ações exageradas das tropas da coalizão. A avançada tecnologia, com as bombas inteligentes, nem sempre acertou os alvos desejados, mas sim mercados públicos e residências.

Embora este monstruoso genocídio ainda esteja longe do fim, como afirma a pesquisadora em Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB), Júlia Camargo, já se pode contabilizar, segundo um estudo, cujos resultados foram recentemente publicados pela revista médica britânica The Lancet, o número de vítimas até hoje, o balanço já é superior a 650000.
De tudo isso resta-nos apenas torcer para que a guerra no Iraque pare de assombra o dia-a-dia de milhões de pessoas que, em todo o mundo, sofrem e virão a sofrer, direta ou indiretamente, com um conflito de conseqüências que só o tempo permitirá avaliar. E continuar sonhando juntamente com Os Yes Men, para que um dia, não muito distante, o The New York Times estampe verdadeiramente, em sua primeira página a manchete: “Finalmente, termina a guerra do Iraque”.

Meio e Mensagem

Primeira página
por Camila Queiroz

_ A Super Interessante do mês de outubro (edição 257) deu uma dica de site muito legal na sua editoria Os 10 +. O site Newseum tem uma seção dedicada exclusivamente para mostrar a primeira página de diversos jornais do mundo inteiro, na sua forma original. São 681 primeiras-páginas de 67 países diferentes. Vale a pena dar uma olhada!
* Para visualizar, basta passar o mouse nas bolinhas laranja que aparecerem no mapa. Para ampliar, clique na figura que aparece ao lado que abrirá uma janela com a ampliação.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Festa de lançamento da Revista Fraude #6


_A Revista Fraude surgiu há quatro anos como experimentação editorial desenvolvida pelos integrantes do Petcom, Programa de Educação Tutorial da Faculdade de Comunicação da UFBA. Mesmo deixando de ser mera experimentação, a revista mantém seu caráter experimental ao explorar diferentes maneiras de (re)criar o conteúdo de uma revista de cultura.

_O lançamento do sexto número da Fraude acontecerá no dia 28 de novembro, às 18h, no bar Balcão, Rio Vermelho. A partir das 22h, a banda Os Mizeravão subirá ao palco para agitar a noite. De Roberto e Erasmo a Black Sabbath e Gloria Gaynor, de Balão Mágico e Fábio Jr a Ramones e Menudos: desde 98, Os Mizeravão fazem essa mistura musical com bastante rock, cara-de-pau e bom humor. Na entrada do show, será cobrado um ingresso no valor de R$13,oo.

_A produção soteropolitana de revistas de jornalismo cultural era incipiente. Foi pensando numa saída para esse limbo editorial que surgiu a Fraude. De início, procurava-se brincar com os grandes ícones e símbolos culturais de modo a demonstrar que nada havia de verdadeiro nesse “mercado” e que sobrava espaço apenas para plágios, decalques, um dizer firme sobre promessas que nunca seriam realizadas. Ao mesmo tempo, o pastiche funcionava como ironia e celebração da cultura baiana, brasileira e cosmopolita. Hoje, a revista evoluiu. Suas propostas desenvolvem o experimentalismo ligado ao design das páginas e aos textos sem recorrer, necessariamente, à idéia de fraude. Assim mesmo, não se perdeu a noção de que "alguma coisa está fora da ordem".

_Em edições anteriores, já foram abordadas questões referentes à moda, ao mercado de videogames, à literatura, aos quadrinhos de horror, ao cenário alternativo de música soteropolitana, entre outros assuntos. Dessa vez, trazemos uma verdadeira viagem ao universo digital colaborativo, assim como recontamos o (não mais) tradicional empreendimento de um escritor para consolidar sua carreira e trazemos também à baila tendências do mercado de arte, como a toy art e a animação publicitária. Além desses exemplos, será possível conferir muito mais no sexto número da Fraude.

_Quem produz inteiramente a revista são os membros do Petcom. O programa mantido pelo MEC concede bolsas para alunos dedicados a desenvolver – no âmbito pessoal, do grupo e da universidade – o tripé: ensino, pesquisa e extensão.

Visite:

Blog - www.revistafraude.blogspot.com
Petcom - www.petcom.ufba.br

Prova dos Nove

Mudança de regras para o ENADE
Por Gabriela Vasconcellos


_O Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) será universal. Com a mudança, a partir de 2009, todos os alunos ingressantes e concluintes dos cursos de graduação que fazem parte das áreas avaliadas na edição farão a prova. Atualmente a avaliação é feita por amostragem, ou seja, apenas 60% dos estudantes são selecionados para o exame, desde que o método foi implantado, em 2004. Esta mudança acata pedidos das Instituições de Ensino Superior (IES) e está prevista na lei que instituiu o Enade.

_O objetivo do Enade é avaliar os cursos de graduação. A avaliação é realizada em ciclos com duração de três anos, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
_A última prova do Enade foi realizada no dia 9 de novembro. Segundo o Inep, participaram da avaliação 564.415 alunos, sendo 329.569 ingressantes no ensino superior. Foram avaliados 24.842 cursos de 2.367 instituições, e o custo da edição foi de R$ 25 milhões. Com a universalização o custo do exame aumentará em 30%.

Fontes: A Tarde online

Inep

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Passepartout

Documentários no funil do Oscar
Por Luis Fernando Lisboa

_ Nesta terça-feira, dia 18/11, foi divulgada, pela Academia de Artes Cinematográficas e Ciências, a lista dos 15 filmes-documentários que disputam a uma das cincos indicações para o Oscar 2009 de Melhor Documentário. Saíram da disputa, pela indicação final, 79 produções.

_ Alguns dos filmes selecionados são: They Killed Sister Dorothy, de Daniel Junge - o documetário que conta a história do assassinato da missionária Dorothy Stang (ela foi morta com seis tiros no estado brasileiro do Pará); Trouble The Water, de Carl Deal e Tia Lessin - fala sobre os desastres e devastações provocados pelo furacão Katrina, nos Estados Unidos; e Glass: A Portrait of Philip in Twelve Parts, de Scott Hicks - o longa é o resultado dos 18 meses em que o diretor acompanhou o compositor Philip Glass, autor de trilhas sonoras de filmes como As Horas e a trilogia Qatsi (de Godfrey Reggio), e foi realizado com o intuito de celebrar o seu aniversário de 70 anos.


_ Um Táxi para a Escuridão, foi o documentário vencedor da categoria neste ano. O longa conta a história de um taxista afegão, preso por líderes militares locais, que morre 4 dias depois na Base Aérea de Bagram, por conseqüência dos ferimentos causados por soldados norte-americanos. A lista definitiva, com os cinco indicados, sairá no dia 22 de Janeiro de 2009 - exatamente um mês antes da premiação, que será realizada no mesmo lugar que o ano de 2008, no Kodak Theatre, em Hollywood.



_Segue abaixo a lista dos 15 documentários pré-selecionados:

At the Death House Door
The Betrayal (Nerakhoon)
Blessed Is the Match: The Life and Death of Hannah Senesh
Encounters at the End of the World
Fuel
The Garden
Glass: A Portrait of Philip in Twelve Parts
I.O.U.S.A.
In a Dream
Made in America
Man on Wire
Pray the Devil Back to Hell
Standard Operating Procedure
They Killed Sister Dorothy
Trouble the Water