quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Como Hefesto, eu tenho algo que te recorde minha deusa.

Miria Lima

Busca o belo da vida?
Por acaso já procurastes o prazer de iniciar o dia observando a magnitude do nascer do Sol?
Tivestes a curiosidade de observar as fases da lua, de vê-la cheia, impressionantemente iluminada, aberta para tua observação?
Procurastes entender a ternura do ato de amar?
O sentido de fazer amor não se limita à excreção de um líquido alge-carnal, mas se completa quando inicia a penetração dos sentidos, na sutileza do abraço final, quando a carne, já saciada, curva-se ao orgasmo da alma.
Procure o sentido do que transcende a harmonia dos traços, das formas... e vê o implícito para adorares Hefesto. Sinta, enquanto puderes, o ar que respiras. Entenda que tuas glândulas lacrimais não produzem secreções apenas para a dor; que o morrer e o nascer são respectivamente o despertar da sensibilidade em detrimento da vida, e a vida em detrimento da insensibilidade.
Aprenda com o passado e use o que aprendestes para aperfeiçoares o agora – somos um agora! Urge que experimentemos tudo que somos e temos para estarmos melhor.
Não há tempo a perder no prazer melancólico de acarinhar os vestígios que ficaram das feridas... Imaginar que seria diferente, não faz diferença o quanto diferenciar.
Até no fim existe o belo porque ele se contrapõe a um recomeçar...
Enxerga isso hoje, observa no fim do dia a lição do deus Sol, quando ele, fulgurante, põe-se pra que seu fulgor não nos impeça de ver luz nos outros astros.

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