por Guilherme Vasconcelos
_De lá para cá, a banda lançou mais de uma dezena de discos, entre eles o fenomenal Back In Black - o segundo álbum mais vendido de todos os tempos – e o indispensável If You Want Blood You’ve Got It (um dos mais aclamados discos ao vivo da história), alcançou o estrelato mundial e atingiu um invejável patamar de respeitabilidade, comparável a bandas como Black Sabbath e Led Zeppelin. Tudo isso calcado na singela fórmula supracitada. O segredo de tamanha longevidade e sucesso? Black Ice (R$24,90), o novo disco da banda que melhor encarna o espírito rock n roll, esclarece.
_Lançado há pouco menos de um mês, Black Ice é a prova de que é possível haver genialidade na simplicidade. Não que ele seja genial. É “apenas” um excelente CD do mais puro, bom e velho rock n’roll. O que é genial é a interminável capacidade que o AC/DC possui de, dentro da tão explorada linguagem (estilo) que eles próprios criaram, se reinventar, permanecer relevante e lançar um disco oitentista nos anos 2000 sem mostrar sinais de obsolescência. A essa capacidade dá-se o nome de criatividade. E criatividade é que o não falta em Black Ice.
_É por isso que quem, depois dos oito anos de inatividade da banda – o último registro havia sido Stiff Upper Lip, de 2000 -, alimentava um certo ceticismo em relação ao novo CD dos australianos teve logo que mudar de idéia quando foram liberadas as primeiras músicas na internet. Rock N Roll Train, o single de Black Ice, é a síntese do AC/DC: simples e direta. Seu refrão, fortalecido pelo ótimo trabalho de backing vocals, agrada desde a primeira audição. War Machine, a melhor do CD, tem, sem dúvida, um dos mais poderosos riffs da carreira do quinteto. Anything Goes, principalmente em razão da pegajosa melodia vocal, é uma deliciosa balada de grande potencial radiofônico. Stormy May Day tem um trabalho excepcional de slide guitar e só não é a melhor das 15 faixas de Black Ice por causa de seu frustrante e apressado fim. Rocking All The Way, com suas guitarras cortantes e seu empolgante refrão, é uma aula do mais genuíno rock n’roll. A faixa-título, por sua vez, tem um riff tão frenético que é capaz de levantar o mais sonolento dos defuntos.
_De negativo apenas a excessiva cadência de Money Made e a fria estrutura bluesística de Decibel. Essas duas músicas, descartáveis e genéricas, freiam o ímpeto juvenil do álbum e tiram um pouco de seu brilho e de seu dinamismo. Poderiam ter sido excluídas da track list final, sem qualquer prejuízo.
_Confira, abaixo, o clipe do single Rock N Roll Train e o áudio de War Machine, a melhor do disco:
5 comentários:
Foi guilherme que postou?
Faltou a assinatura! =]
Excelente texto. Também gostei muito do disco, mas, pelo que me lembro, achei Rock N' Roll Train mais legal que War Machine.
Muito bom o post.
Um adendo legal é que a campanha de lançamento deles foi bem legal, contando com uma peça publicitária bem interessante: um clipe do Rock N' Roll Train no Excel (isso mesmo, aquele programa pra fazer tabelas e gráficos).
Bem louco!
Preferia se falasse de Pagodar't, ou então, do "Tchuco"...
Preferia se falasse de Pagodar't, ou então, do "Tchuco"...
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